Trudeau vence eleições no Canadá, mas governará sem maioria
Premiê convocou a votação antecipada para tentar ampliar sua vantagem no Parlamento, mas aposta política fracassou
O Partido Liberal, do primeiro-ministro Justin Trudeau, venceu as eleições gerais realizadas nesta segunda-feira 20 no Canadá. Com pouco menos de 100% das urnas apuradas, os resultados confirmam que a legenda do premiê continuará no poder, mas seguirá em um governo minoritário, de modo que continuará a depender de outros grupos políticos para tocar sua agenda.
O Partido Liberal lidera a apuração com 158 cadeiras no Parlamento de 338 deputados. Com esse resultado, Trudeau terá três assentos a mais que na legislatura atual, mas 12 a menos que o necessário para a maioria.
Erin O’Toole, líder do Partido Co9nservador, admitiu a derrota ainda na noite se segunda, após a divulgação das primeiras previsões. Falando a apoiadores em seu distrito eleitoral fora de Toronto, o deputado disse que ligou para Trudeau para parabenizá-lo.
O Partido Conservador, que formará a principal oposição, conquistou 119 cadeiras. Ainda de acordo com os resultados parciais, o Bloco Quebequense (BQ) conseguirá 34 assentos, o Novo Partido Democrata (NPD) ficará com 25, e o Partido Verde com dois.
Plano frustrado
Trudeau convocou eleições antecipadas em agosto, dois anos antes do previsto. O premiê acreditava que estava com sua popularidade em alta por conta da gestão da pandemia e poderia ampliar sua vantagem no Parlamento. A aposta política não deu certo.
A decisão de realizar a votação neste momento foi bastante criticada, especialmente por conta da pandemia. Ao longo das últimas semanas, o desempenho do Partido Liberal nas pesquisas de opinião também foi prejudicado por temas como meio ambiente, a reconciliação com a população indígena, a recepção de refugiados e a defesa dos direitos das mulheres.
Nas eleições de 2019, o Partido Liberal de Trudeau também foi o mais votado, mas não conquistou assentos suficientes para governar sozinho. Desde então a legenda comanda um governo de minoria, que dificulta a aprovação de novas leis e medidas propostas pelo gabinete do primeiro-ministro.