Tribunal reverte condenação de Harvey Weinstein por crimes sexuais
Corte de apelações em Nova York concluiu que o julgamento do produtor de Hollywood, denunciado por mais de 100 mulheres, não foi justo
O Tribunal de Apelações de Nova York, nesta quinta-feira, 25, anulou a condenação de Harvey Weinstein por uma série de crimes sexuais, por considerar que seu julgamento não foi justo. O produtor, e um dos homens mais poderosos de Hollywood, foi condenado por agressão e má conduta sexual em 2020, após centenas de denúncias de mulheres, o que foi o caso fundamental da era #MeToo.
Numa decisão de 4 votos a 3, a corte de recursos de Nova York concluiu que o juiz que presidiu ao caso de Weinstein cometeu um erro crucial, permitindo que os procuradores chamassem como testemunhas uma série de mulheres que disseram que o produtor as tinha agredido – mas cujas acusações não faziam parte do caso que estava sendo julgado.
Assim, foi determinado que Weinstein não teve um julgamento justo, porque não foi julgado apenas pelos crimes de que foi acusado, mas sim por seu comportamento no passado.
Agora, caberá ao promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg – já no meio de um julgamento contra o ex-presidente Donald Trump – decidir se vai buscar um novo julgamento de Weinstein.
As acusações e condenações
Não ficou claro como a decisão afetaria o produtor de 71 anos, que está detido em uma prisão no norte de Nova York. Ele também foi condenado a 16 anos de prisão na Califórnia depois de ter sido culpado por estuprar uma mulher em um hotel de Beverly Hills.
Weinstein foi acusado de má conduta sexual por mais de 100 mulheres; em Nova York, ele foi condenado por agredir duas delas. A decisão do Tribunal de Apelações, tomada mais de quatro anos depois do veredicto de culpado, sublinha a dificuldade do sistema judicial em lidar com crimes de natureza sexual.