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Tribunal na Romênia adia para próxima 2ª feira decisão sobre anular eleição presidencial

Autoridades romenas dizem ter encontrado provas de interferência na campanha eleitoral e apontam dedo para Kremlin e TikTok, que rejeitam acusações

Por Da Redação 29 nov 2024, 16h09

A Corte Constitucional da Romênia adiou até a próxima segunda-feira, 2, a decisão sobre a possível anulação do primeiro turno das eleições presidenciais. O resultado surpreendente do pleito, que colocou o candidato independente de extrema direita Calin Georgescu em primeiro lugar, gerou suspeitas de interferência – em especial vinda da Rússia – e levou o tribunal a ordenar a recontagem dos 9,46 milhões de votos.

Um ultranacionalista pró-Moscou que coleciona críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Georgescu conquistou quase 23% dos votos. Elena Lasconi, da União Salve a Romênia (USR), de centro-direita, conquistou 19,7% de apoio, ficando em segundo lugar. Ela superou o atual primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, de centro-esquerda e conhecido pela postura pró-União Europeia, por apenas 0,02 pontos percentuais.

O resultado foi um choque, porque a maioria avassaladora das pesquisas de opinião apontava uma vitória confortável do atual premiê e apenas 5% das intenções de voto para Georgescu.

A decisão final da Corte será divulgada após as eleições parlamentares, marcadas para este domingo, dia 1º de dezembro.

Interferência e suspeitas de fraude

O Conselho Supremo de Defesa da Romênia revelou indícios de interferência externa no processo eleitoral, mencionando agentes hostis como a Rússia. Também acusou o TikTok de favorecer a campanha de um dos candidatos ao não colocar o rótulo adequado nos conteúdos eleitorais. O Kremlin chamou as alegações de infundadas e a rede social chinesa rejeitou qualquer irregularidade.

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Especialistas apontam que a confusão pode beneficiar partidos de extrema direita nas eleições parlamentares, como a Aliança para a União dos Romenos (AUR), que lidera as pesquisas com 22,4% das intenções de voto.

Segundo a legislação local, a anulação do pleito só pode ocorrer caso haja provas de fraude que alterem os dois candidatos classificados para o segundo turno. A diferença de votos entre Lasconi e Ciolacu foi inferior a 3 mil, aumentando a pressão para uma recontagem detalhada.

Caso o tribunal invalide o primeiro turno, novas eleições seriam realizadas em 15 de dezembro, e o segundo turno seria remarcado para 29 de dezembro. Resta ver quem vai topar ir às urnas durante o recesso de final de ano.

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