Tensão em Londres: Polícia detém manifestantes pró-palestina após ataque em Manchester
Apesar de pedidos de cancelamento, protesto em apoio ao grupo Ação Palestina termina com prisões no centro da capital britânica

Londres viveu momentos de tensão neste sábado 4, quando dezenas de manifestantes foram detidos por apoiar o grupo pró-palestino Ação Palestina, agora proibido pelo governo britânico. A mobilização ocorreu apenas dois dias após um ataque a uma sinagoga em Manchester que deixou duas vítimas fatais e teve o agressor neutralizado pela polícia.
O atentado em Manchester, na quinta-feira 2, chocou o país. O agressor, um britânico de origem síria, foi morto a tiros pelas forças de segurança, enquanto as autoridades investigavam possível ligação com ideologias extremistas islâmicas. Apesar do clima tenso, os organizadores da manifestação em Londres decidiram manter o protesto, anunciado antes do ataque, para contestar a proibição da Ação Palestina, classificada como terrorista após integrantes invadirem uma base da Força Aérea Real.
O primeiro-ministro Keir Starmer pediu cautela nas redes sociais. “Peço que todos que consideram protestar neste fim de semana respeitem a dor da comunidade judaica britânica. Este é um momento de luto, não de exacerbar tensões”, escreveu no X.
No centro de Londres, na Trafalgar Square, a polícia interveio durante um evento neste domingo, 5. Manifestantes que carregavam cartazes com slogans em apoio à Ação Palestina foram retirados do local. Centenas de participantes aplaudiram e gritaram palavras de incentivo aos detidos, enquanto alguns criticavam a atuação policial. Outros seis manifestantes foram detidos na Ponte de Westminster, em frente ao Parlamento, após exibirem faixas em apoio ao grupo. A polícia alertou que os protestos desviam recursos de segurança já reforçados em sinagogas e mesquitas após o ataque de Manchester.
Protestos agora são crime
A manifestação faz parte de uma série de protestos contra a proibição da Ação Palestina, que tornou crime qualquer demonstração de apoio à organização. Entre os protestos recentes, houve apreensões semelhantes em diferentes pontos da capital britânica. Enquanto isso, organizações como a Defend Our Juries pedem que a polícia concentre esforços em proteger comunidades judaicas e muçulmanas, ameaçadas por episódios de ódio religioso que se intensificaram no último verão britânico.
O conflito em Gaza, que se arrasta desde que o Hamas lançou ataques a Israel há dois anos, também alimenta manifestações e tensões internacionais. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump pediu que Israel suspenda bombardeios em Gaza, enquanto o Hamas sinalizou disposição de liberar reféns e seguir parcialmente um plano de cessar-fogo.