Talibã ordena retorno da sharia, que permite tortura e execuções
Nova regra no Afeganistão prevê implementação de execuções e amputações públicas por crimes como adultério e roubo
![Taliban spokesman Zabihullah Mujahid attends on Aug. 17, 2021, in Kabul the first press conference held by the Islamic militant group since it seized power in Afghanistan. (Photo by Kyodo News via Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/09/GettyImages-1234738485.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O líder supremo do Afeganistão, Hibatullah Akhundzada, ordenou nesta segunda-feira, 14, a implementação integral da lei islâmica que inclui punições severas como execuções públicas, apedrejamentos, açoites e amputação de membros.
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O porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, publicou em seu Twitter que a decisão foi tomada após uma reunião do chefe do grupo fundamentalista com juízes afegãos. Segundo ele, a ordem é que os magistrados apliquem sentenças baseadas na sharia, conjunto de normas derivado de orientações do Alcorão, livro sagrado do islamismo.
“Torna-se obrigatória a aplicação da sharia sobre ladrões, sequestradores e sediciosos”, escreveu o porta-voz do regime.
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Os crimes regidos pela regra também incluem assassinatos, agressão física, adultério, ingerir álcool, abandono da vida religiosa e rebelião. A lei também permite que as famílias das vítimas aceitem compensação em vez das punições severas sobre o criminoso.
O Talibã prometeu uma versão mais branda do regime severo após retomar o poder do Afeganistão, em agosto do ano passado. Contudo, o governo tem se tornado cada vez mais rígido, gradualmente reprimindo direitos e liberdades.
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As mulheres, em particular, viram os direitos duramente conquistados evaporarem nos últimos meses e estão cada vez mais sendo expulsas da vida pública.
Na semana passada, o Talibã proibiu pessoas do gênero feminino de frequentarem parques e banheiros públicos, parques de diversões e academias.
A maioria das funcionárias do governo perdeu seus empregos enquanto as mulheres também são impedidas de viajar sem um parente do sexo masculino e devem se cobrir com uma burca ou hijab quando estiverem fora de casa.