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Talibã afasta mais de 280 homens sem barba das forças de segurança

Representantes do grupo teriam patrulhado entradas dos escritórios do governo para verificar se funcionários seguiam regras

Por Da Redação
20 ago 2024, 15h43

O Ministério para a Prevenção do Vício e Propagação da Virtude do Talibã afastou mais de 280 membros das forças de segurança do Afeganistão por não deixarem a barba crescer e deteve mais de 13.000 pessoas por “atos imorais” no ano passado, anunciaram autoridades nesta terça-feira, 20. A chamada polícia da moralidade não especificou a natureza das supostas ofensas, mas afirmou que cerca de metade dos detidos foram soltos em 24 horas.

Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, representantes do Talibã estavam patrulhando as entradas dos escritórios do governo na segunda-feira para verificar se funcionários seguiam as regras.

O ministério, que assumiu as instalações do antigo Ministério das Mulheres em Cabul após a tomada do poder pelo Talibã em 2021, enfrentou críticas de organizações de direitos humanos e das Nações Unidas por suas restrições às mulheres e suas limitações à liberdade de expressão. Grupos internacionais afirmam que o país vive um “apartheid de gênero”

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A missão da ONU no Afeganistão relatou casos de funcionários do Ministério da Moral que pararam e detiveram mulheres, às vezes por algumas horas, por não corresponderem à sua interpretação do vestuário islâmico.

O grupo liderou o país de 1996 a 2001. Depois de retomar o poder em 2021, o Talibã tentou projetar uma imagem mais moderada para obter apoio. Embora tenha feito inúmeras promessas à comunidade internacional de que protegeria os direitos das mulheres, a postura linha dura não parece ter mudado: mulheres não são permitidas em escolas, academias ou parques e, mais recentemente, foram barradas de trabalhar para as Nações Unidas.

Além disso, o grupo decretou que as mulheres devem se vestir de maneira que apenas revele os olhos e devem ser acompanhadas por um parente do sexo masculino se viajarem mais de 72 km. As restrições persistem apesar da condenação internacional e dos protestos de mulheres afegãs.

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