Starbucks é processada nos EUA por políticas de diversidade e ‘discriminações de raça e gênero’
Processo apresentado por estado americano segue batalha de Donald Trump contra políticas "IED"

A rede de cafeterias Starbucks foi processada nesta terça-feira, 11, pelo estado americano do Missouri, que acusou a empresa de usar seu comprometimento com diversidade, equidade e inclusão como pretexto para “discriminações sistemáticas com base em raça, gênero e orientação”, segundo a agência de notícias Reuters, que teve acesso ao processo.
Em uma queixa apresentada no tribunal federal de St. Louis, o Missouri acusou a empresa de vincular a remuneração de executivos ao cumprimento de cotas de contratação raciais e de gênero, além de criar um sistema de cotas para garantir que o conselho de diretores tivesse uma variedade de raças e etnias.
“Tudo isso é ilegal” e viola as leis federais e estaduais de direitos civis, de acordo com a queixa do procurador-geral do Missouri, Andrew Bailey.
O processo apresentado nesta terça-feira segue a batalha do presidente Donald Trump contra “diversidade, equidade e inclusão” (IED, na sigla em inglês), vistas pelo republicano como políticas “discriminatórias”. Assim que voltou à Casa Branca, Trump assinou um decreto declarando ilegais políticas e programas voltados a IED dentro do governo federal, instruindo que todos os funcionários ligados a esses programas fossem colocados em licença administrativa antes de serem demitidos “dentro de 60 dias”.
Diversas empresas privadas, como Meta, Amazon e Walmart, anunciaram mudanças ou encerramento de iniciativas ligadas à diversidade após a posse de Trump. Em memorando interno, a Meta, dona do Facebook e Instagram, disse que “o cenário político em torno dos esforços de diversidade, equidade e inclusão nos Estados Unidos está mudando”.
Em comunicado, a Starbucks disse discordar do processo e afirmou que as alegações são “imprecisas”.
“Estamos profundamente comprometidos em criar oportunidades para cada um de nossos colaboradores. Nossos programas e benefícios são abertos a todos e legais”, diz o texto. A empresa emprega cerca de 211.000 pessoas nos Estados Unidos e 361.000 pessoas em outros países.
Em agosto de 2023, em um caso similar, o juiz federal do estado de Washington rejeitou um ação de acionistas da empresa que contestavam as políticas de diversidade empregadas pelo grupo. Em decisão, ele disse que o caso era relacionado a políticas públicas que seriam melhor decididas por legisladores e empresas, não pelo Judiciário.