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Sob protestos, Bolonha passa a aplicar limite de velocidade de 30 km/h

Primeira medida do tipo na Itália procura 'melhorar segurança rodoviária' e 'promover sustentabilidade'; motoristas organizam manifestação

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h17 - Publicado em 19 jan 2024, 10h53

Motoristas convocaram novos protestos nesta sexta-feira, 19, contra a imposição do limite de velocidade de 30 km/h na cidade de Bolonha, na Itália. A polarizante medida tem como objetivo “melhorar a segurança rodoviária, promover o transporte sustentável e aumentar a qualidade e usabilidade do ambiente e do espaço público”, de acordo com o site oficial do Território Turístico Bolonha-Modena. Até o momento, o limite era de 50 km/h. 

“As vias afetadas pelo limite de 30 km/h são quase 70% das ruas da área urbana, excluindo algumas utilizadas exclusivamente por veículos motorizados com limite de 50 km/h”, explica o comunicado da prefeitura.

Ainda em julho de 2023, radares passaram a ser implementados nas ruas de Bolonha, como forma de transição experimental. A regra inédita para os italianos passou a ser obrigatória apenas neste ano. Em caso de desrespeito, está prevista uma multa de 29 euros (cerca de R$ 155) – que, se não for paga em até cinco dias, sobe para 42 euros (R$ 224). 

Não é a primeira vez que os moradores reclamam das decisões do governo de Bolonha sobre o uso do espaço público. Em outubro, o prefeito Matteo Lepore proibiu visitas à “torre inclinada” da cidade, Garisenda. O monumento histórico, datado do Império Romano, está cada dia mais torto, para preocupação das autoridades. Em resposta, a Câmara Municipal limitou a circulação nos arredores dos edifícios, causando congestionamentos nas ruas, e iniciou um projeto de restauração, com previsão de conclusão para este ano.

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Oposição

Apenas o mau tempo poderá impedir as manifestações em frente à prefeitura nesta sexta-feira. Por lá, há 55% de chance de chuva. O céu também parece fechado para Lepore: seus opositores, de direita, planejam um referendo para bloquear a medida. Segundo Andrea Spettoli, organizador dos protestos, dezenas de pessoas alegam que o novo limite tem sido fonte de dor de cabeça para os habitantes da cidade, provocando atrasos no trabalho e no transporte de crianças para as escolas. 

“Há muita raiva em Bolonha neste momento”, disse ele ao jornal britânico The Guardian. “A questão não é apenas ser multado – esta lei está mudando vidas completamente.”

“Um trabalhador me disse que não tem mais tempo de voltar para casa para almoçar, então tem que se contentar com um sanduíche”, acrescentou.

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Há quem alerte ainda que a preocupação com os radares pode tirar o foco de quem está no volante, aumentando a propensão a acidentes. Em contrapartida, defensores da medida argumentam que, mesmo que seu sucesso leve tempo, já que depende da adaptação dos motoristas, é um preço baixo por “maior segurança, menos trânsito, menos ruído e poluição”, como defende o grupo Bologna30.

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Tendência na Europa

Embora Bolonha seja a primeira cidade italiana a aderir à restrição, outras cidades europeias já implementaram medidas semelhantes, como Bruxelas, Paris e Graz, na Áustria, que aderiu à iniciativa ainda em 1992. Mais de metade das estradas em Londres demandam que seus motoristas andem a 32 km/h.

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O prefeito Lepore, apoiado por vereadores, defende que as poucas multas aplicadas até agora (sete no total) mostram que a população é capaz de se adaptar à nova realidade. As penalidade entram em vigor a 36 km/h.

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“Iremos avançar [com a redução do limite de velocidade] porque estamos convencidos de que em breve veremos resultados concretos em termos de segurança rodoviária”, declarou. 

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