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Sob críticas pelo caso Epstein, Trump chama os próprios apoiadores de ‘fracos’

Presidente dos EUA virou alvo de desconfiança dentro da sua base MAGA, que pede divulgação de suposta lista de poderosos ligada ao criminoso sexual

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jul 2025, 15h04 - Publicado em 17 jul 2025, 12h17

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou ataques contra os próprios eleitores na noite de quarta-feira 16, enquanto tenta abafar críticas pela forma como seu governo lidou com os tão alardeados documentos da investigação sobre os crimes sexuais de Jeffrey Epstein. Ele afirmou que seus apoiadores “foram enganados pelos democratas” e chamou-os de “fracos”.

No imbróglio, Trump caiu numa armadilha que ele mesmo montou: depois que Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes, cometeu suicídio na prisão em 2019, o republicano prometeu divulgar os arquivos da investigação caso retornasse à Casa Branca e nutriu uma teoria da conspiração dentro do seu movimento Make America Great Again (MAGA) – sobre uma lista secreta de poderosos que se beneficiavam do esquema de Epstein. Agora, sem a publicação da “lista de Epstein” pelo governo, cuja existência não é comprovada, muitos começaram a sugerir que o presidente americano estaria entre os nomes.

“O novo GOLPE deles (os democratas) é o que chamaremos para sempre de Farsa de Jeffrey Epstein, e meus apoiadores do PASSADO acreditaram nessa ‘besteira’, anzol, linha e chumbada”, escreveu Trump na Truth Social, sua rede social, usando um palavrão na postagem. “Eles (os apoiadores) não aprenderam a lição e provavelmente nunca aprenderão, mesmo depois de serem enganados pela Esquerda Lunática por 8 longos anos.”

“Deixem esses fracos seguirem em frente e fazerem o trabalho sujo dos democratas, nem pensem em falar do nosso sucesso incrível e sem precedentes, porque eu não quero mais o apoio deles!”, continuou. Não há evidências de que democratas tenham adulterado documentos ou desempenhado qualquer papel na promoção das teorias da conspirações sobre os arquivos (que membros do governo Trump alimentaram por anos).

As publicações marcam uma escalada dramática para o presidente americano, que chegou a romper com alguns apoiadores leais em questões no passado, mas nunca com tanto fervor. Embora Trump não possa concorrer nas próximas eleições, o efeito pode ser negativo: ele precisará do apoio de um partido unido para aprovar sua agenda legislativa num Congresso dividido e de uma base energizada para comparecer às eleições de meio de mandato do próximo ano.

Sem investigação

O líder americano rejeitou na terça-feira 15 uma nova investigação contra Esptein, definindo o assunto como “chato” e apenas interessante para “pessoas más”. Ele também disse que apoia a publicação de arquivos “confiáveis” para calar o alvoroço causado pelos seus antigos apoiadores.

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“Não entendo por que o caso Jeffrey Epstein seria do interesse de alguém”, opinou Trump a repórteres. “É um assunto bem chato. É sórdido, mas é chato, e não entendo por que continua acontecendo.

“Acho que só pessoas bem ruins, incluindo as fake news, querem manter algo assim acontecendo. Mas informações confiáveis, que eles as deem. Qualquer coisa que seja confiável, eu diria, que eles tenham”, acrescentou. 

Ao longo da campanha eleitoral, Trump incentivou conspirações ao alegar que o país era controlado por elites obscuras do “Estado profundo”, cultivando um sentimento de paranoia no movimento MAGA. Agora, a desconfiança nutrida saiu pela culatra: seus apoiadores suspeitam de que o republicano, que era próximo a Epstein nos anos 2000, esteve envolvido de alguma forma no escândalo de abuso sexual.

+ Jeffrey Epstein morreu por suicídio e não tinha ‘lista secreta’ de clientes, diz governo dos EUA

Relatório do Departamento de Justiça

As suspeitas dos aliados contra Trump cresceram após um relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) com o FBI, divulgado na semana passada, constar que Epstein morreu, de fato, por suicídio. O documento concluiu que não há elementos suficientes para abrir novas investigações ou apresentar acusações contra outras pessoas envolvidas no caso.

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Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após parar atrás das grades.

Para colocar fim às dúvidas acerca da morte de Epstein, foram analisados mais de 300 gigabytes de dados, incluindo imagens e vídeos de menores de idade, além de materiais ilegais de abuso sexual infantil. O conteúdo não será divulgado para preservar a privacidade das vítimas e evitar a publicação de pornografia infantil.

As gravações de segurança do presídio mostram que ninguém entrou ou saiu da área onde Epstein estava na noite de sua morte. A revisão também reforça que não existe uma “lista secreta de clientes” e que não foram identificadas provas de chantagem envolvendo figuras públicas, pondo fim à enxurrada de teorias da conspiração sobre a morte do bilionário.

+ O que se sabe sobre a bomba envolvendo escândalo sexual que Musk teria contra Trump

Empurrão de Musk

A teia conspiracionista foi promovida pelo magnata Elon Musk, antigo braço direito de Trump. Após deixar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), em maio, o bilionário passou de consigliere a inimigo do presidente dos EUA em um curto espaço de tempo. Além de criticar abertamente o plano de cortes de gastos e impostos de Trump, o dono da Tesla acusou o republicano de boicotar a liberação dos arquivos Epstein por ter sido citado neles.

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“Hora de jogar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não se tornaram públicos. Tenha um ótimo dia, DJT (Donald John Trump)!”, escreveu Musk no X, antigo Twitter, rede social da qual é dono, antes de apagar a publicação dias mais tarde.

Musk não parou por aí e compartilhou um vídeo com a legenda: “Em 1992, Trump festejou com Jeffrey Epstein. Só vou deixar isso aqui”. Ele também afirmou que “a verdade virá à tona”. O magnata não apresentou provas, mas a relação entre Trump e Epstein é antiga. Em 2002, Trump disse à revista New York que Epstein era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Ele também contou que a dupla se conhecia há 15 anos. Os dois faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida.

“Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”, pontuou Trump à revista.

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