Sírio curdo ateia fogo em si mesmo diante de agência de refugiados da ONU
Homem foi levado a hospital em Genebra; incidente ocorre após ofensiva turca contra milícias curdas na Síria
Um homem sírio curdo de cerca de 30 anos ateou fogo em si mesmo diante da agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, nesta quarta-feira, 23. Ele foi resgatado e transportado rapidamente a um hospital assim que as chamas foram apagadas, segundo a polícia.
O homem, que mora na Alemanha, foi levado de helicóptero a uma unidade especializada em queimaduras do hospital universitário de Lausanne, onde está sendo tratado, disse o porta-voz da polícia de Genebra, Silvain Guillaume-Gentil.
“Dado seu estado, foi impossível lhe perguntar seu motivo, mas imaginamos que foi a situação política”, afirmou. Não há informações sobre seu estado de saúde.
Forças turcas iniciaram uma ofensiva no norte da Síria no dia 9 de outubro para repelir uma milícia curda da região da fronteira. Russos e turcos fecharam um acordo na terça-feira 22 que contempla a retirada das forças da milícia síria curda YPG de toda a extensão da fronteira nordeste da Síria com a Turquia.
“Estamos entristecidos e chocados (com) um incidente de autoimolação que aconteceu diante de nossa sede hoje de manhã”, disse Andrej Mahecic, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
O homem ateou fogo em si mesmo e depois tentou entrar no edifício do Acnur, mas agentes de segurança e dos serviços médicos intervieram e o fogo foi extinto, explicou Mahecic, acrescentando: “Esperamos que ele se recupere”.
O edifício do Acnur se localiza diante da rua de um abrigo coletivo para postulantes a refúgio, incluindo sírios curdos.
“Vi as chamas, e os agentes de segurança do edifício vieram e alguns minutos depois disso a polícia e a ambulância. Há sírios aqui (no abrigo), mas não posso confirmar (que o homem) era um morador”, disse um funcionário.
Uma testemunha do abrigo disse que a vítima parecia “uma grande tocha humana”, acrescentando: “Duvido que ele consiga sobreviver àquilo”.
(Com Reuters)