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Sigla de extrema direita vence eleições locais e embaralha sistema bipartidário do Reino Unido

Reform UK, legenda que nasceu do Brexit, conquistou um assento no Parlamento e uma prefeitura, desafiando binômio de trabalhistas versus conservadores

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 Maio 2025, 10h43

O partido de extrema direita britânico Reform UK conquistou uma cadeira no Parlamento, uma prefeitura e uma série de cargos em um conselho local em eleições regionais quinta-feira, dia 1º, um terceiro e novo elemento que se consolida no sistema tradicionalmente bipartidário do Reino Unido.

Os resultados, segundo o líder da sigla, Nigel Farage, comprovam que o Reform UK agora representa a verdadeira oposição ao governo do Partido Trabalhista, e não seu histórico rival, o Partido Conservador. Arquiteto do Brexit e admirador do presidente americano, Donald Trump, Farage tem se apoiado no populismo e no sentimento anti-imigração da população, bem como nos impactos da economia que vai mal, para ampliar sua base de apoio.

Vitórias

Na disputa mais acirrada, pela cadeira parlamentar vaga de Runcorn e Helsby, um dos distritos eleitorais do país, o Reform UK venceu por apenas seis votos após uma recontagem completa, dando à sigla sua quinta cadeira na Câmara dos Comuns, a casa mais baixa do Parlamento. O Partido Trabalhista havia conquistado o assento na eleição nacional do ano passado, com uma maioria de quase 15 mil votos, mas o parlamentar eleito precisou renunciar ao cargo depois de ser acusado de agredir um de seus eleitores.

“Foi uma noite incrível para o Reform UK”, disse Farage a repórteres. “Se trata de um reduto do Partido Trabalhista, mas seus votos ruíram e grande parte deles veio para nós.”

O Partido Conservador — historicamente uma das legendas mais bem-sucedidas de qualquer democracia moderna — estavam agora “ferrados”, disse ele. “Vocês estão testemunhando o fim de um partido que existe desde 1832”, resumiu.

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Além disso, o Reform UK venceu a disputa pela prefeitura da Grande Lincolnshire, no leste do Reino Unido. Andrea Jenkyns, ex-ministra que desertou do Partido Conservador após perder sua cadeira no ano passado, tornou-se a política eleita mais poderosa da sigla de extrema direita até agora, com responsabilidade por uma área que abrange cerca de 1 milhão de pessoas.

Em seu discurso de vitória, Jenkyns prometeu acabar com o “Reino Unido brando” e defendeu que refugiados no país deveriam ser mantidos em tendas, não em hotéis, como costuma acontecer.

“A reconstrução começa aqui. Teremos um Reino Unido onde colocamos os britânicos em primeiro lugar”, disse ela. Qualquer semelhança com o “America first” de Trump não é mera coincidência.

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Mudanças no cenário político

A fragmentação do cenário político no Reino Unido deu a Farage a oportunidade de postar-se como representante da direita, depois que a eleição geral do ano passado terminou com uma derrota histórica do Partido Conservador, que viu mais da metade de seu apoio derreter. Keir Starmer, do Partido Trabalhista, tornou-se o novo primeiro-ministro com uma das mais expressivas maiorias parlamentares da história britânica, mas desde então sofreu um declínio mais veloz na popularidade do que qualquer outro líder recém-eleito.

Seu governo aumentou impostos e cortou benefícios para idosos, alegando que as medidas eram necessárias para restaurar a saúde financeira do país após catorze anos de má gestão dos conservadores.

Um porta-voz do Partido Trabalhista disse que os resultados das eleições locais da quinta-feira mostram que os eleitores “claramente esperam que o governo aja mais rápido” para mudar o Reino Unido. Enquanto isso, Nigel Huddleston, copresidente do Partido Conservador, admitiu que reconquistar a confiança de seus eleitores “levaria muito tempo”.

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