Sessão no parlamento da Sérvia termina em briga generalizada
A confusão ocorreu durante debate sobre o orçamento de 2025, que foi interrompido devido a troca de acusações sobre tragédia que matou 15 pessoas
Uma sessão no parlamento da Sérvia virou palco de confusão nesta segunda-feira, 25, quando legisladores da oposição acusaram o governo de negligência em relação ao desabamento do teto da estação ferroviária de Novi Sad, que deixou 15 mortos no início do mês. A tragédia gerou protestos populares e reacendeu críticas à gestão do presidente do país, Aleksandar Vucic, acusado de corrupção e nepotismo.
Durante o debate, inicialmente programado para discutir o orçamento de 2025, Radomir Lazovic, do partido de oposição Frente Verde-Esquerda, exibiu uma faixa com a imagem de uma palma ensanguentada e a frase “vocês têm sangue nas mãos”. O ministro da Saúde, Zatibor Loncar, confrontou Lazovic, gerando uma briga generalizada em frente ao púlpito. Imagens da confusão que circulam nas redes mostraram deputados trocando empurrões, gritos e até socos enquanto opositores chamavam os governistas de “assassinos”.
O desabamento
A tragédia em Novi Sad, ocorrida em uma estação recentemente reinaugurada, gerou grande comoção e pressão política. Doze pessoas, incluindo um ex-ministro, foram presas por supostas irregularidades na reforma. A oposição acusa o governo de ter sido lento na resposta ao desabamento do edifício e critica a falta de responsabilização das principais lideranças.
O primeiro-ministro da Sérvia, Milos Vucevic, que na época da obra era prefeito de Novi Sad, é um dos principais alvos dos pedidos de renúncia.
Além das prisões, o governo enfrenta crescentes manifestações populares, muitas reprimidas pela polícia. Enquanto isso, a oposição apresentou uma moção de desconfiança no parlamento e exigiu um debate urgente sobre o desastre. No entanto, a presidente do legislativo, Ana Brnabic, negou a inclusão do tema na pauta desta segunda-feira.
A crise política ocorre em um momento delicado para a Sérvia, que busca avançar em seu processo de adesão à União Europeia, mas mantém uma postura divergente em relação à política do bloco contra a Rússia. Desde o início da guerra na Ucrânia, o país ficou em cima do muro e não condenou a invasão com a mesma veemência dos vizinhos europeus.