Senado francês recomenda reaproximação do país com o Brasil
Avaliação foi publicada nesta terça-feira pela Comissão de Relações Exteriores

O Senado da França publicou nesta terça-feira, 11, um relatório elaborado pelos cinco representantes da Comissão de Relações Exteriores que visa estreitar as relações entre a França e a América Latina, mais especificamente com o Brasil. Entre as 20 propostas políticas redigidas pelos representantes, 13 se referem às relações franco-brasileiras.
De acordo com o documento, é esperado que, com o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência brasileira, o Brasil volte ao seu auge na política internacional.
“A França é uma nação global. Por meio da Guiana Francesa, o país também é uma nação sul-americana e amazônica”, aponta o senador centrista Philippe Folliot. Além de Folliot, o relatório também foi assinado pelo socialista André Vallini, pela senadora governista Nicole Duranton e pelo Joëlle Garriaud-Maylam e Catherine Dumas, do partido de direita Os Republicanos.
O relatório aponta alguns pontos de divergência dos governos, como o posicionamento do Brasil em relação à invasão russa na Ucrânia e a demora na implementação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. No entanto, o documento incentiva a França a avançar em áreas de potencial estratégico.
Um ponto favorável a Lula é que, assim que tomou posse, ele anunciou sua intenção de lutar contra o desmatamento e a mineração ilegal de ouro. Nesse contexto, os senadores franceses propuseram a criação de patrulhas conjuntas para proteger os 730 quilômetros de fronteira da Amazônia brasileira com a Guiana Francesa. Eles também concordaram com a necessidade de intensificação da cooperação judicial para “prender os autores de atos ilícitos” e consolidar acordos para combater o desmatamento na região.
A política de aproximação entre as nações possibilitaria novas parcerias estratégicas e militares. O relatório lembra não só que o Brasil é um cliente importante para o setor de Defesa na França, mas também ressalta os contratos já concluídos de construção de cinco submarinos e uma base naval em Itaguaí, no Rio de Janeiro. O Senado francês aproveitou para pedir ao governo que renove parcerias nos setores terrestre, cibernético e espacial, e que continue seus esforços no setor naval.
Entretanto, de acordo com o senador Philippe Folliot, essa aproximação só será possível caso o presidente francês Emmanuel Macron faça uma visita simbólica ao Brasil.