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Sem Putin nem Zelensky, Rússia e Ucrânia abrem 1ª negociação direta de paz desde 2022

Presidente russo propôs conversas com Zelensky, mas não apareceu na Turquia como sugerido; delegações se reúnem em Istambul

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 Maio 2025, 08h44

Delegações da Rússia e da Ucrânia se encontraram nesta sexta-feira, 16, em Istambul para as primeiras negociações diretas entre os dois países desde 2022, quando um processo de paz foi abortado poucas semanas após a Rússia ter invadido o vizinho, em fevereiro daquele ano.

O presidente russo, Vladimir Putin, propôs no domingo 11 discussões diretas com Kiev em Istambul, e seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia dito que aguardaria o líder do Kremlin na Turquia. Mas, depois de manter o mundo na dúvida por dias sobre os planos de Putin, o Kremlin nomeou na noite de quarta-feira 14 uma delegação de escalão inferior, que não incluía o presidente, e foi descrita pelos aliados europeus de Kiev como uma afronta.

Zelensky cancelou sua presença nas negociações devido ao “desrespeito” de Putin, mas disse que decidiu enviar uma delegação a Istambul, mesmo com a Rússia tendo enviado uma equipe de nível inferior, a fim de sinalizar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a Ucrânia permanece comprometida com o fim da guerra. Na véspera, o líder americano que não haverá avanços até que ele próprio se sente com o chefe do Kremlin.

“Infelizmente, (os russos) não estão levando as negociações a sério o suficiente. Por respeito ao presidente Trump e a (Recep Tayyp) Erdogan, decidi enviar nossa delegação a Istambul agora”, disse o presidente ucraniano, em referência ao dirigente da Turquia, acrescentando que o grupo seria chefiado por seu ministro da Defesa, Rustem Umerov.

Início das conversas

O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, abriu a reunião nesta sexta-feira dizendo estar feliz em ver que a vontade dos dois lados abriu uma nova janela de oportunidade para a paz. Ele declarou ser fundamental que um cessar-fogo fosse acordado o mais rápido possível e que as bases fossem estabelecidas para uma reunião entre os líderes das duas nações.

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As imagens da reunião são marcantes: uma fileira de delegados russos em ternos escuros e, do lado oposto, ucranianos vestindo uniformes de combate verdes com estampa de camuflagem.

O diretor de planejamento político americano, Michael Anton, deve representar o governo Trump nas negociações em Istambul. Duas sessões estão planejadas, uma com a participação da Turquia, dos Estados Unidos e da Ucrânia, e uma segunda com as delegações da Turquia, Rússia e Ucrânia juntas.

“Há dois caminhos hoje: um leva à paz e o outro causará mais destruição e perda de vidas. Ambos os lados escolherão qual caminho seguir”, disse o chanceler turco, Fidan, às duas delegações.

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“Receber ambos os lados demonstra nossa forte vontade de encerrar a guerra”, continuou. “Temos a oportunidade de encerrar a guerra… para trilhar o caminho da paz, precisamos aproveitar essa oportunidade. A cada dia, mais vidas são perdidas. Enquanto esta guerra ceifa vidas, é de extrema importância que um cessar-fogo aconteça o mais rápido possível.”

“Cessar-fogo incondicional”

A reunião em Istambul deve “preparar um encontro entre os líderes”, acrescentou Fidan, contemporizando a decisão de Putin de não comparecer às negociações. Zelensky afirmou anteriormente que estaria disposto a se reunir com o homólogo, acreditando que somente um encontro com o presidente russo poderá realmente garantir o fim dos combates.

Mesmo assim, o principal assessor do presidente ucraniano, Andriy Yermak, escreveu em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram que a Ucrânia pretende garantir um “cessar-fogo incondicional” durante as negociações desta sexta.

“A delegação ucraniana está em Istambul hoje para alcançar um cessar-fogo incondicional — esta é a nossa prioridade”, escreveu ele na postagem.

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