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Sem oposição, Venezuela elege governador para Essequibo, região em disputa com Guiana

Maduro anexou área ao mapa venezuelano no ano passado e convocou eleições, o que levou Georgetown a acionar a Corte Internacional de Justiça (CIJ)

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 Maio 2025, 21h34 - Publicado em 26 Maio 2025, 11h02

O regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, venceu 23 de 24 governos estaduais e conseguiu maioria no Parlamento nas eleições neste domingo, 25, marcadas pela baixa participação da população e pela ausência de figuras da oposição. O pleito elegeu, pela primeira vez, um governador, oito deputados e parlamentares regionais para Essequibo, região em disputa com a Guiana. Maduro anexou a área ao mapa venezuelano no ano passado e convocou eleições, o que levou Georgetown a acionar a Corte Internacional de Justiça (CIJ).

“Irfaan Ali, presidente da Guiana, funcionário da ExxonMobil, mais cedo ou mais tarde vai ter que se sentar comigo para conversar e aceitar a soberania venezuelana”, disse Maduro. “É o nascimento da nova soberania venezuelana. A República Cooperativa da Guiana tem sido uma ocupante ilegal como herança do império britânico.”

A anexação da região começou a ser discutida em 2023 e foi mais um motivo de tensão entre o país sul-americano e os Estados Unidos. O Brasil chegou a mediar um encontro entre os líderes da Venezuela e Guiana sobre o assunto. Essequibo corresponde a dois terços do território guianense e é uma região rica em petróleo, gás, ouro e diamantes, apesar de ser uma área composta por selva densa.

A ida às urnas para escolher um governante para Essequibo ocorreu numa área eleitoral quatro cidades venezuelanas, com cerca de 21,4 mil habitantes ao todo, no estado de Bolívar. O ex-comandante da Marinha Neil Villamizar, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), foi eleito com 4,7 mil votos. Com isso, ele tornou-se o primeiro governador do “novo estado” da Venezuela.

“Ele (Villamizar) terá total apoio ao seu trabalho, porque o povo de Essequibo o escolheu, para que o povo de Essequibo tenha todos os direitos como o povo da Venezuela”, bradou Maduro em comício depois do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgar os resultados eleitorais. “Hoje demonstramos o poder do chavismo. Esta vitória é a vitória da paz e da estabilidade de toda a Venezuela.”

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Boicote da oposição

Após as contestadas eleições presidenciais na Venezuela, em julho do ano passado, parte da oposição foi presa ou fugiu. O Edmundo González, que a oposição diz ter vencido a disputa presidencial e que está exilado na Espanha, definiu a ida às urnas como uma “uma farsa (que) não conseguiu enganar nem o país nem o mundo”.

A líder da oposição do país, María Corina Machado, apelou para um boicote do pleito. O CNE, órgão controlado pelo regime, afirmou que 42,6% dos 21 milhões de eleitores aptos a votar participaram das votações. No X, antigo Twitter. Machado também disse que tratava-se de uma “grande farsa” e que “os centros de votação ficaram isolados, vazios”. Apesar dos pedidos da rival de Maduro, alguns membros da oposição participaram das eleições, incluindo Henrique Capriles, ex-candidato presidencial que conseguiu uma vaga no Parlamento.

“O que é melhor, ter voz e lutar dentro do Parlamento, ou, como fizemos em outras ocasiões, abandonar o processo eleitoral e deixar o Parlamento em sua totalidade para o governo?”, questionou Capriles.

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