Rússia x Ucrânia: a guerra em momento vital
A fase do conflito é especialmente delicada, em ponto mercurial
O mundo, sem esperança de paz no horizonte, acompanha sobressaltado. Na quarta-feira 20, os Estados Unidos e os países europeus anunciaram o fechamento de embaixadas em Kiev, na Ucrânia, diante de informações de inteligência que apontavam para um “ataque aéreo significativo”. A ofensiva da Rússia, em conflito que chega a 33 meses, seria uma resposta à aprovação do uso de mísseis americanos contra alvos russos, medida que até agora havia sido evitada por Joe Biden, de saída da Casa Branca. Esses artefatos têm alcance de 300 quilômetros, ampliando a capacidade de reação das forças de Volodymyr Zelensky. Agredidos pelo gigante país vizinho de Vladimir Putin, que ensaiou propor uma “revisão da doutrina atômica” — que autorizaria o uso de armas nucleares, dando adeus a qualquer respeito a normas internacionais —, os ucranianos se defendem como podem, muitas vezes de improviso, especialmente na região de Donetsk, a primeira a ser ocupada. O momento é especialmente delicado, em ponto mercurial. Teme-se o que virá pela frente com a posse de Donald Trump, em janeiro. O republicano se comprometeu a encerrar a guerra rapidamente, mas sem dizer como, exatamente. Zelensky, receoso de perder contato com o aliado americano, tem pedido para que a futura administração mantenha a ajuda militar e publicou um apelo: “Não entrem em pânico, somos fortes, estamos prontos para tudo, vamos derrotá-los”. As próximas semanas serão vitais.
Publicado em VEJA de 22 de novembro de 2024, edição nº 2920