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Rússia volta a acordo de exportação de grãos após garantias de Kiev

Moscou desistiu de pacto no sábado 29, após afirmar que drone ucraniano atacou frota naval na Crimeia; Ucrânia não reivindicou autoria

Por Da Redação
Atualizado em 2 nov 2022, 09h26 - Publicado em 2 nov 2022, 09h23

O governo da Rússia anunciou nesta quarta-feira, 2, que irá retomar sua participação no acordo de exportação de grãos ucranianos no Mar Negro, após receber “garantias escritas” da Ucrânia de que não irá usar o corredor para operações militares, anunciou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.

“A Rússia considera que as garantias que recebeu até agora parecem suficientes e retomará a implementação do acordo”, disse ministro no Telegram.

O anúncio também foi confirmado pelo governo da Turquia, que participou da mediação do acordo assinado em 19 de julho por Kiev e Moscou.

“Os embarques de grãos continuarão a partir das 12h de hoje (6h de Brasília)”, ressaltou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ao Parlamento turco.

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Os preços do trigo, soja e milho caíram acentuadamente nos mercados globais após o anúncio, o que aliviou as preocupações sobre a crescente inacessibilidade dos alimentos.

Moscou desistiu do acordo no sábado 29, após afirmar que um drone ucraniano atacou sua frota naval na Crimeia. Apesar da decisão russa, navios cargueiros partiram com 354.500 toneladas de grãos, o maior número de despachos em um dia desde o início do programa em agosto.

Ao todo, desde 19 de julho, cerca de 10 milhões de toneladas de grãos ucranianos já foram exportados pelo Mar Negro.

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A Ucrânia não reivindicou o ataque à base da Crimeia da Frota do Mar Negro da Rússia, mas diz que a marinha russa é um alvo militar legítimo.

Na segunda-feira, as Nações Unidas expressaram profunda preocupação com a paralisação do acordo, à medida que elevaria preocupações de nações em situação de emergência alimentar, que dependem da produção ucraniana para abastecimento.

“Navios de carga civis nunca podem ser alvos militares ou reféns. A comida deve fluir”, disse o funcionário das Nações Unidas que coordena o programa, Amir Abdullah.

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