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Rússia revela as poucas áreas em que há possibilidade de diálogo com EUA

Enquanto Putin culpa Ocidente por fomentar guerra, Biden já se referiu a russo como "criminoso de guerra" e "filho da mãe maluco"

Por Paula Freitas Atualizado em 8 Maio 2024, 13h29 - Publicado em 5 abr 2024, 15h26

A Rússia revelou nesta sexta-feira, 5, alguns dos poucos setores em que aceitaria dialogar com os Estados Unidos, principal aliado da Ucrânia. A repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou que os principais pontos de encontro entre as potências “são as questões relacionadas com a segurança estratégica, que inclui a questão espacial”.

O presidente russo, Vladimir Putin, culpa o Ocidente por fomentar a guerra na Ucrânia e afirma que a “Ucrânia é obviamente um Estado-satélite dos Estados Unidos”, como dito em entrevista a Tucker Carlson, ex-âncora da emissora americana Fox News, em fevereiro deste ano. O presidente americano, Joe Biden, por sua vez, já se referiu a Putin como “criminoso de guerra” e “filho da mãe maluco”.

A tensão entre as nações coloca em risco o futuro nuclear, sob ameaças de Putin de colocar em uso armas nucleares com potencial de “destruição da civilização”. A possível abertura de diálogo Washington-Moscou ocorre em meio ao plano americano de entregar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, na próxima semana, uma resolução voltada para a proibição de dispositivos nucleares no espaço — há rumores de que o governo russo estaria em processo de desenvolvimento desse tipo de armamento para o cosmos, informação negada pelo Kremlin.

+ As novas estratégias da Ucrânia para tentar virar o jogo na guerra

Otan e ameaça nuclear

A desintegração das relações entre os governos de Putin e Biden descambou na decisão russa de suspender um acordo nuclear com os Estados Unidos, em fevereiro do ano passado. No momento, o único tratado restante que limita o quantitativo de ogivas estratégicas expira em 2026. Para reverter o cenário de potencial descontrole nuclear, Moscou demanda uma negociação mais ampla, incluindo o debate sobre o controle da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental, e o apoio dos países à Ucrânia.

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A adesão ucraniana à Otan, desejo explícito do presidente Volodymyr Zelensky, seria uma pedra no sapato para Putin. Ele, que alega que a Rússia está “ameaçada” pela entrada de Kiev na aliança liderada pelos EUA, teria de pensar duas vezes antes de escolher seu próximo alvo na Ucrânia. Por via de regra, uma ofensiva militar contra um país-membro da Otan é considerada um “ataque a todos”, ou seja, os integrantes poderiam responder militarmente, em conjunto, contra o Estado responsável pela agressão.

“Se um tal ataque armado se verificar, cada uma, no exercício do direito de legítima defesa, individual ou coletiva, reconhecido pelo artigo 51.° da Carta das Nações Unidas, prestará assistência à Parte ou Partes assim atacadas, praticando sem demora, individualmente e de acordo com as restantes Partes, a ação que considerar necessária, inclusive o emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte”, explica om documento constitutivo da Organização.

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