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Rússia renova ataques na Ucrânia e enterra ‘plano de paz’ de Zelensky

Kremlin se recusar a aceitar qualquer negociação que não reconheça anexação de quatro regiões, enquanto Kiev defende sua integridade territorial

Por Da Redação
Atualizado em 29 dez 2022, 09h12 - Publicado em 29 dez 2022, 08h32

Militares russos dispararam dezenas de mísseis na Ucrânia nesta quinta-feira, 29, mirando Kiev, Kharkiv e outras grandes cidades do país, em um intenso bombardeio aéreo, afirmaram autoridades ucranianas. Os ataques seguem uma operação durante a madrugada com drones “kamikaze”, parte de uma missão mais ampla de destruir infraestruturas críticas, deixando milhões em energia elétrica e aquecimento durante o inverno.

Segundo o general Oleksiy Hromov, das Forças Armadas da Ucrânia, os mísseis foram disparados contra “infraestruturas de energia e instalações críticas no leste, centro, oeste e sul do país”. Dos cerca de 120 mísseis lançados pela Rússia, 54 foram derrubados, segundo as forças ucranianas.

+ Rússia faz ultimato à Ucrânia e condiciona EUA ao fim da guerra

Sirenes de alerta de ataques aéreos começaram a soar às 7h da manhã, no horário local, em todo o país. O alerta durou por ao menos cinco horas em Kiev, em um dos mais longos desde  o início da guerra, em 24 de fevereiro.

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Pintura de Banksy feito em área ucraniana atingida por ataques russos (Sergei Chuzavkov/Getty Images)
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Em Kharkiv, o prefeito Ihor Terekhov disse que autoridades ainda estão analisando o que foi de fato atingido e se houve mortes, enquanto o prefeito de Lviv, Andriy Sadovyi, disse que 90% da cidade está sem energia elétrica.

O escritório de direitos humanos das Nações Unidas, em sua atualização mais recente do número de vítimas na guerra, afirmou ter registrado ao menos 6.884 mortes até a última segunda-feira, 26. Quase 11.000 pessoas ficaram feridas, embora o número em ambos os casos possa ser “consideravelmente mais alto”, já que algumas áreas não podem ser acessadas no momento.

Após mais de 10 meses de conflito, a guerra ainda parece longe do fim. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem trabalho em um plano de paz de dez pontos que prevê que a Rússia respeite totalmente a integridade territorial do país e retire suas tropas o mais rápido possível. 

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No entanto, o Kremlin se recusa a aceitá-lo e insiste para que Kiev reconheça a anexação das regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk, anunciadas após referendos que, segundo os ucranianos, foram repletos de fraudes e ameaças. 

“Não pode haver plano de paz para a Ucrânia que não leve em conta as realidades de hoje em relação ao território russo, com a entrada de quatro regiões na Rússia. Planos que não levam em conta essas realidades não podem ser pacíficos”, disse o porta-voz do governo, Dmitry Peskov. 

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou a Ucrânia e o Ocidente de tentarem destruir seu país e afirmou que Kiev precisa aceitar as exigências de Moscou para encerrar a guerra, ou terá que assistir aos militares russos alcançá-las dentro do campo de batalha.

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A fala de Lavrov, feita em meio a intensos combates no leste do país, foi feita um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, dizer que está aberto a negociações, mas apenas sob as condições impostas por Moscou. Sobre a duração do regime, afirmou que “a bola agora está no campo de Washington e seu regime. Eles podem encerrar esta resistência fútil a qualquer momento”.

A fala sobre os Estados Unidos diz respeito à visita na semana passada do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington, quando foi anunciado mais 1,85 bilhão de dólares em assistência a Kiev, incluindo envio de sistemas de defesa aérea, o que irritou Moscou.

+ Zelensky pode ter sucesso no campo de batalha com ajuda dos EUA, diz Biden

“Não é segredo para ninguém que o objetivo estratégico dos Estados Unidos e seus aliados na Otan é derrotar a Rússia no campo de batalha como um mecanismo para enfraquecer ainda mais ou destruir nosso país”, disse Lavrov.

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