Rússia redirecionará exportações de energia para a Ásia, diz Putin
Líder do Kremlin alertou que redução de importações de energia russa pelos países ocidentais terá 'consequências dolorosas' para toda a economia mundial
![(FILES) In this file photo taken on March 30, 2022, Russian President Vladimir Putin meets with Ingushetia's regional head at the Kremlin in Moscow. - President Joe Biden said on March 31, 2022, that Russian President Vladimir Putin may be "isolated" and could have placed some of his advisors under "house arrest." (Photo by Mikhail Klimentyev / SPUTNIK / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/04/Putin-Guerra-na-Ucrânia.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira, 14, que a Rússia irá redirecionar suas exportações para nações ao sul e ao leste – especialmente a China. A declaração vem em resposta às sanções de países ocidentais que, por conta da guerra na Ucrânia, decidiram reduzir exportações petróleo e gás russos.
Em reunião com empresas e autoridades de energia, Putin enfatizou que as tentativas da União Europeia e Estados Unidos de substituir os recursos energéticos russos terão “consequências dolorosas” para toda a economia mundial. O líder do Kremlin alertou que não existe alternativa razoável à energia da Rússia para os mercados ocidentais.
“Uma alternativa razoável para a Europa simplesmente não existe. Simplesmente não há oferta no mercado global agora, e suprimentos de outros países como os Estados Unidos serão mais caros aos consumidores. Isso afetará o padrão de vida das pessoas e a competitividade da economia europeia”, afirmou Putin.
Após apontar a dependência do Ocidente em relação ao gás e petróleo russos, o presidente afirmou que é hora do país reorientar suas exportações para “mercados de rápido crescimento do sul e do leste” consolidando, segundo ele, a tendência dos últimos anos.
No final de março, Putin deu um ultimato às nações “hostis” para pagar por sua energia em rublos a partir de 1º de abril. Caso não o fizessem, correriam o risco corte de suprimentos vitais. Alemanha, França e outros governos da União Europeia recusaram e não foram imediatamente cortados.
Como medida para punir e pressionar a Rússia pelo fim da guerra na Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos impuseram severas sanções econômicas à Moscou. Uma delas é a promessa dos países europeus de reduzir as importações de gás russo em 66% este ano e romper totalmente sua dependência da energia russa até 2027.
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Mas uma proibição do gás russo no curto prazo causaria estragos na Alemanha, que dependia da Rússia para cerca de 46% de seu gás natural em 2020, segundo a Agência Internacional de Energia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse recentemente que está fazendo o possível para se livrar da dependência da energia russa, mas se recusou a confirmar que deixaria de importar o gás da Rússia até meados de 2024.