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Rússia lança 293 mísseis e drones contra Ucrânia e faz avanços na linha de frente

Em meio ao seu maior ataque aéreo contra a rede energética ucraniana, russos estão perto de tomar Pokrovsk, ponto crucial na linha de suprimentos de Kiev

Por Da Redação Atualizado em 13 dez 2024, 15h34 - Publicado em 13 dez 2024, 09h21

A Rússia lançou seu maior ataque aéreo contra a rede energética da Ucrânia desde o início da guerra na manhã desta sexta-feira, 13, usando 93 mísseis de cruzeiro e hipersônicos e mais de 200 drones contra pontos em todo o país, particularmente nas regiões da fronteira com o território russo, ao leste. Enquanto isso, o Exército russo marcou avanços importantes na linha de frente e está próximo de tomar Pokrovsk, uma cidade crucial para as linhas de suprimento das forças ucranianas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que seus militares conseguiram abater 81 dos mísseis, incluindo 11 que foram alvejados com sucesso por caças F-16, de fabricação americana. Seu ministro da Energia, Herman Halushchenko, informou que os trabalhadores do setor estavam fazendo todo o possível para “minimizar as consequências negativas (do ataque) para o sistema de energia”.

“Esse é o ‘plano de paz’ de (Vladimir) Putin, destruir tudo. É assim que ele quer negociações, aterrorizando milhões de pessoas”, afirmou Zelensky após o ataque.

A Rússia tem alvejado sistematicamente a infraestrutura de energia civil do país vizinho nos últimos meses, na tentativa de semear caos e aterrorizar ucranianos logo antes do inverno. As temperaturas devem cair bem abaixo de zero na maior parte da Ucrânia nos próximos dias, e quedas de eletricidade são sinônimo de problemas para sistemas de calefação em casas e prédios.

A nação já teve que introduzir repetidos desligamentos de emergência e cortes de energia programados, enquanto a rede luta para lidar com a demanda. Cerca de metade da capacidade de geração elétrica do país foi destruída ao longo de quase três anos de guerra.

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Svitlana Onishchuk, chefe da região de Ivano-Frankivsk, no leste ucraniano, disse que a área sofreu “o maior ataque desde o início da guerra em larga escala”, de mísseis de cruzeiro e drones. “Os alvos são a infraestrutura de energia crítica. Há ataques! Felizmente, atualmente, não há vítimas”, escreveu ela.

Avanços na linha de frente

Além dos ataques aéreos, as forças russas avançaram no campo de batalha, do sul para o norte, e estão a apenas 1,5 quilômetro da cidade ucraniana de Pokrovsk. Alguns grupos avançados de forças especiais até entraram no centro rodoviário e ferroviário local, segundo blogueiros de guerra pró-Rússia. Na quarta-feira, 12, comandantes da Ucrânia já haviam dito que o Exército inimigo destruiu, ou capturou, várias posições perto de Pokrovsk.

Mapas de código aberto mostram que os militares de Moscou controlam cerca de 25% do território da Ucrânia e agora estão avançando no ritmo mais rápido desde os primeiros dias de sua invasão, em fevereiro de 2022. Desde que as forças de Kiev conseguiram conquistar uma fatia da região russa de Kursk, com uma ofensiva-relâmpago que pegou o Kremlin de surpresa em agosto, o foco do avanço da Rússia está na região ucraniana de Donetsk, no leste do país. Lá, mais de 60% do território está sob controle dos russos.

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Uma parte fundamental da estratégia é tomar Pokrovsk, o que deve interromper as linhas de suprimento ucranianas ao longo da linha de frente leste. Também abre caminho para as forças russas capturarem a cidade de Chasiv Yar, que fica em terreno mais alto, oferecendo controle potencial de uma área mais ampla. Caso Pokrovsk caia, esta seria uma das maiores perdas militares da Ucrânia em meses.

O tenente-general russo Andrei Ivanayev afirmou que o Grupo Oriental — parte do Exército que se concentra na linha de frente leste — havia tomado mais de 300 quilômetros quadrados de território ucraniano no mês passado, segundo o Ministério da Defesa da Rússia.

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