Rússia e Ucrânia fazem maior troca de prisioneiros desde início da guerra
Após mediação dos Emirados Árabes Unidos, 248 militares russos voltaram para casa, enquanto 230 ucranianos retornaram a Kiev
A Ucrânia e a Rússia fizeram na madrugada desta quinta-feira, 4, a maior troca de prisioneiros de guerra desde o início do conflito, em fevereiro de 2022 – e a primeira em quase cinco meses. Com mediação dos Emirados Árabes Unidos, as complexas negociações produziram mais de 200 libertações de cada lado.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que recebeu 248 militares libertos. Do outro lado, 230 ucranianos – 224 soldados e seis civis – voltaram para casa. Segundo o ombudsman de direitos humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets, essa foi a 49ª troca entre os dois lados, mas a maior documentada até agora.
O Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos reconheceu o seu papel, dizendo em comunicado que as negociações só foram possíveis graças às suas “fortes relações amistosas” tanto com Moscou quanto com Kiev. A nação árabe se ofereceu ainda para tentar mediar um acordo de paz para o fim da guerra.
Volta para casa
Vídeos divulgados pelas autoridades ucranianas mostram ex-prisioneiros envoltos na bandeira azul e amarela do país saindo de um ônibus, cantando o hino nacional e gritando: “Glória à Ucrânia”. A maioria parecia estar bem de saúde.
https://twitter.com/visegrad24/status/1742598916334325910/video/1
https://twitter.com/sentdefender/status/1742589662328160414/video/1
Os repatriados da Ucrânia vieram de vários ramos das forças armadas e incluíram soldados que defenderam, durante um cerco de quase três meses, a siderúrgica Azovstal, no porto de Mariupol, antes dela ser capturada pelos militares russos em maio de 2022.
O Ministério da Defesa russo divulgou vídeo semelhante, mostrando a chegada de ex-prisioneiros a Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, em um ônibus. A pasta também disse que os libertados seriam submetidos a exames e tratamento médico.
Acordos anteriores
Apesar da ausência de negociações para pôr fim à guerra, Kiev e Moscou realizaram muitas trocas de prisioneiros. A taxa de operações do tipo, porém, caiu em 2023, e a última havia sido em agosto.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que foi “realmente um grande dia para a Ucrânia” e prometeu prosseguir com novas trocas possibilitadas pela expansão do que chamou de “fundo de troca” de soldados russos capturados.
“Quanto mais russos capturarmos, mais eficazes serão as negociações”, disse ele.