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Rússia e Cazaquistão retiram 100 mil pessoas por pior enchente em décadas

Cheia de rios também causou o rompimento de uma barragem localizada na divisa entre os territórios

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h25 - Publicado em 9 abr 2024, 15h10

A Rússia e o Cazaquistão ordenaram nesta terça-feira, 9, que mais de 100 mil pessoas deixassem suas casas em diversas cidades entre as fronteiras dos dois países, palco de uma inundação pelo derretimento de neve nos Montes Urais, na Sibéria, causando transbordamento dos rios Tobol e Ural, terceiro maior da Europa. A cheia também causou o rompimento de uma barragem localizada na divisa entre os territórios na última sexta-feira, 5, a pior inundação na região em 70 anos.

Segundo autoridades locais, a inundação já alcançou níveis recordes de água em Orsk, cidade afetada pelo rompimento da barragem, e também em Orenburg, que tem aproximadamente 550 mil habitantes que foram alertados do perigo da cheia iminentes com sirenes. Na região, os moradores remavam pelas estradas como se fossem rios. O alerta também foi dado em Kurgan,  localizado às margens do rio Tobol, onde imagens de drones mostraram casas tradicionais e Igrejas Ortodoxas inundadas. Um estado de emergência também foi declarado em Tyumen, uma importante região produtora de petróleo da Sibéria Ocidental, maior bacia de hidrocarbonetos do mundo.

“Os dias difíceis ainda estão por vir para as regiões de Kurgan e Tyumen”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Há muita água chegando.”

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com o chefe de Estado do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, sobre as inundações que obrigaram mais de 86 mil cazaquistaneses a evacuarem. No país vizinho à Rússia, as áreas mais atingidas são as regiões de Atyau, Aktobe, Akmola, Kostanei, Pavlodar. A maioria dos locais que fazem fronteira é atravessada pelos rios Ural e Tobol.

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Críticas a Putin

A raiva contra Putin explodiu em Orsk, quando pelo menos 100 russos imploraram ajuda ao chefe de Estado e gritaram “que vergonha” para as autoridades locais. Eles também questionam a falha da barragem e a consequente falta de proteção para os civis. De acordo com o Kremlin, o presidente está sendo constantemente atualizado sobre a situação, mas que não há planos imediatos de visitar a zona inundada.

Foi inclusive aberto um processo criminal por negligência e violação das regras de segurança na construção do dique. O Ministério Público afirmou que a Câmara Municipal foi notificada em março por suspeitas de violação da lei de proteção civil contra catástrofes. As autoridades investigam a causa das inundações e acredita-se que o incidente tenha sido provocado por uma perigosa combinação: aumento de temperatura, fortes chuvas e quebra do gelo dos rios.

Além disso, não ficou imediatamente claro por que as inundações deste ano foram tão graves, já que o derretimento da neve é ​​um evento anual na Rússia. Os cientistas afirmam que o grande culpado são as alterações climáticas que tornaram as inundações mais frequentes em todo o mundo.

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