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Rússia diz estar avançando em proposta de cessar-fogo, mas questiona Vaticano como sede

Segundo chanceler russo, escolha não seria 'solução elegante' para contemplar cristãos ortodoxos, como é o caso da Rússia

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2025, 08h52 - Publicado em 23 Maio 2025, 08h51

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira, 23, que Moscou segue desenhando uma proposta de cessar-fogo para a guerra na Ucrânia, já em estágio “avançado”. A de trégua foi combinada entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante telefonema no início da semana, em meio ao primeiro encontro direto entre autoridades russas e ucranianas.

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Pelo combinado, o texto deveria ser construído conjuntamente entre russos e ucranianos. Lavrov não informou se há colaboração de Kiev, mas disse que entregará o documento ao governo ucraniano.

+ Enquanto Trump reluta, Ucrânia apelará à UE para que amplie sanções contra Rússia, diz agência

Lavrov, no entanto, descartou que o Vaticano seja usado como sede da próxima rodada de negociações, após um convite do papa Leão XIV, visto que a escolha não seria uma “solução elegante” para contemplar países cristãos ortodoxos, como é o caso da Rússia.

“Não seria muito elegante que países ortodoxos discutissem em território católico temas relacionadas a eliminar as causas fundamentais do conflito”, disse o chanceler. “Para o próprio Vaticano não seria muito cômodo, nas atuais circunstâncias, receber delegações de países ortodoxos”.

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“Negociações imediatas”

Na segunda-feira, depois de telefonema com Putin, Donald Trump anunciou que as negociações entre Rússia e Ucrânia começariam “imediatamente”. Em seguida, ele conversou, também por telefone, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acompanhado de  líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental.

“Rússia e Ucrânia iniciarão imediatamente negociações para um cessar-fogo e, mais importante, para o fim da Guerra”, escreveu Trump na Truth Social, rede social da qual é dono. “As condições para isso serão negociadas entre as duas partes, como só pode ser, porque elas conhecem detalhes de uma negociação dos quais ninguém mais teria conhecimento.”

+ Após ligação com Putin, Trump diz que negociações entre Rússia e Ucrânia começarão ‘imediatamente’

Trump também informou que “o Vaticano, representado pelo Papa, declarou que estaria muito interessado em sediar as negociações”, acrescentando: “Que o processo comece!”. Na cidade russa de Sochi, Putin disse a jornalistas que está preparado para trabalhar em um “memorando sobre um possível futuro acordo de paz”.

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Os telefonemas ocorreram após Putin se recusar a participar de tratativas com Zelensky na Turquia. Os dois enviaram delegações para representá-los na primeira negociação entre os rivais desde a eclosão do conflito.

Ambos os lados concordaram com a libertação de 1.000 prisioneiros cada, mas não avançaram em direção a uma trégua. Kiev acusou Moscou de introduzir novas “exigências inaceitáveis” para a retirada das forças ucranianas de vastas áreas do território, segundo uma fonte que participou da reunião e falou à agência de notícias Associated Press.

Na última quinta-feira, 15, Trump afirmou que as negociações de paz na Ucrânia só avançarão depois que ele se encontrar com o presidente russo, acrescentando: “E ele não iria… Ele não iria se eu não estivesse lá. E eu não acredito que nada vá acontecer, quer vocês gostem ou não, até que ele e eu nos encontremos. Mas vamos ter que resolver isso porque muitas pessoas estão morrendo”.

Apelo por sanções

Em meio às tentativas de negociação, interlocutores ouvidos pela agência de notícias Reuters afirmaram que a Ucrânia apelará à União Europeia (UE) para que amplie sanções contra a Rússia na próxima semana, enquanto Washington rejeita aplicar punições econômicas ao governo russo sob justificativa de dar tempo para as negociações de paz avançarem. Um documento de 40 páginas, obtido pela Reuters, inclui sugestões de que o bloco europeu adote uma legislação que acelere a apreensão de bens de indivíduos sancionados, que seriam repassados para a Ucrânia.

O documento estabelece que a UE deve considerar medidas para endurecer sanções para além do território dos países membros, abrangendo empresas estrangeiras que usam sua tecnologia para ajudar a Rússia. Além disso, o documento ucraniano propõe “a introdução de sanções secundárias aos compradores de petróleo russo”, como China e Índia, de acordo com a agência.

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O texto pede que o a União Europeia considere um processo decisório baseado na maioria, de forma a impedir que Estados específicos vetem medidas que exigiriam unanimidade. A Ucrânia reconhece as sanções “sem precedentes” já impostas pela UE, mas insta que o bloco europeu aumente o cerco contra a Rússia. Kiev também destaca a mudança de postura dos Estados Unidos, antes firme aliado dos ucranianos, sob o governo de Donald Trump.

Com Trump no comando, Washington reduziu o trabalho no grupo de monitoramento para impor limites de preços ao petróleo russo, dissolveu uma força-tarefa federal que processava violações das punições e realocou especialistas em represálias econômicas para outros setores, de acordo com o livro branco.

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