Rússia destrói maior usina elétrica de Kiev com ataques aéreos
Termelétrica a carvão Trypilska foi engolida por chamas; salva de mais de 80 mísseis danificou infraestrutura de eletricidade em diversas regiões da Ucrânia
Com uma salva de mísseis e drones, a Rússia conseguiu destruir completamente, nesta quinta-feira, 11, a maior usina elétrica da capital ucraniana, Kiev. O ataque aumentou a pressão sobre o sistema energético do país, que precisa recorrer a apagões estratégicos para poupar eletricidade. Depois da investida, que atingiu várias outras infraestruturas essenciais na Ucrânia, lideranças renovaram seus pedidos a aliados do Ocidente por mais defesas aéreas.
O comandante da Força Aérea da Ucrânia disse que as defesas conseguiram derrubar 18 dos mísseis e mais 39 drones. O ataque usou 82 mísseis e drones no total, segundo os militares.
Usina destruída
A termelétrica a carvão Trypilska, perto da capital, ficou completamente destruída. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o incêndio que engoliu a grande instalação da era soviética e fumaça preta subindo pelos céus.
Russians have completely destroyed one of Ukraine’s largest thermal power plants, Trypillia. It was the largest supplier of electricity to Kyiv, Cherkasy and Zhytomyr oblast and the capital of Ukraine.
1/n pic.twitter.com/TaSINprFeG— Roman Sheremeta 🇺🇦 (@rshereme) April 11, 2024
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A central era importante fornecedor de energia para as regiões de Kiev, Cherkasy e Zhytomyr. Também era a terceira e última instalação de propriedade da empresa estatal de energia Centrenergo. “Tudo está destruído”, disse Andriy Gota, chefe do conselho fiscal da empresa, à agência de notícias Reuters.
Infraestrutura energética na mira
Também nesta quinta-feira, a estatal Ukrenergo, operadora de sistema de transmissão de eletricidade na Ucrânia, disse que suas subestações e instalações de geração de energia foram danificadas pelos ataques nas regiões de Odessa, Kharkiv, Zaporizhzhia, Lviv e Kiev.
Enquanto isso, a maior empresa privada de eletricidade da Ucrânia, DTEK – que perdeu 80% da sua capacidade de geração de eletricidade devido a ataques russos em 22 e 29 de março –, informou que duas das suas centrais elétricas foram atingidas nesta quinta-feira, causando graves danos.
Os ataques também danificaram parcialmente duas instalações de armazenamento subterrâneo de gás natural, incluindo algumas de propriedade de companhias estrangeiras, segundo a empresa de energia Naftogaz. O assessor presidencial Oleksiy Kuleba disse que a região de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia e já sofre apagões há muito tempo, foi forçada a cortar a eletricidade para 200 mil pessoas.
Defesas aéreas
A Ucrânia alertou que pode ficar sem munições de defesa aérea se a Rússia mantiver a intensidade dos seus ataques e afirmou que já está precisando fazer escolhas difíceis sobre quais locais do país defender. A assistência vital do Ocidente desacelerou nos últimos meses, especialmente porque um importante pacote dos Estados Unidos foi bloqueado por membros do Partido Republicano no Congresso.
“Precisamos de defesa aérea e de outros apoios de defesa, e não de fechar os olhos e de longas discussões”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram.
“A situação na Ucrânia é terrível; não há momento a perder”, ecoou a embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, acrescentando que 10 mísseis atingiram infraestruturas críticas na área de Kharkiv.