Rússia deixa tratado militar europeu e culpa EUA e Otan por decisão
Documento foi assinado em meio às preocupações de que um dos lados da Guerra Fria juntasse forças para uma ofensiva rápida na Europa
![Russian President Vladimir Putin makes a statement after a meeting with participants of the Eurasian Intergovernmental Council and the Council of CIS Heads of Government meetings, in Sochi on June 9, 2023. Russian President Vladimir Putin said on June 9, 2023 that a long-expected counter-offensive from Ukraine had begun but Kyiv had so far "failed" to reach its goals. (Photo by Ramil Sitdikov / SPUTNIK / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/06/000_33HV8J6.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A Rússia retirou-se formalmente nesta terça-feira, 7, de um tratado europeu de segurança que limitava algumas categorias das Forças Armadas, culpando os Estados Unidos e a Otan, a principal aliança militar ocidental, por minarem a segurança da região. O Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa, de 1990, foi assinado um ano depois da queda do Muro de Berlim e impôs limites a categorias de equipamentos militares convencionais que as partes poderiam usar, em meio às preocupações de que um dos lados da Guerra Fria juntasse forças para uma ofensiva rápida na Europa.
A Rússia suspendeu a participação no tratado em 2007 e interrompeu a participação ativa em 2015. Mais de um ano após a invasão em grande escala da Ucrânia, o presidente Vladimir Putin assinou em maio um decreto denunciando o pacto e citando a expansão da Otan para perto das fronteiras da Rússia com a inclusão da Finlândia e negociações para entrada de Suécia e Ucrânia.
“O Tratado CFE foi concluído no final da Guerra Fria, quando a formação de uma nova arquitetura de segurança global e europeia baseada na cooperação parecia possível, e foram feitas tentativas apropriadas”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em nota. “A preservação formal do Tratado CFE tornou-se inaceitável do ponto de vista dos interesses fundamentais de segurança da Rússia”.
A decisão foi rapidamente condenada por membros da Otan.
“Os Aliados condenam a decisão da Rússia de se retirar do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE) e a sua guerra de agressão contra a Ucrânia, que é contrária aos objetivos do Tratado”, afirmou a aliança em comunicado.
Os Estados Unidos disseram que suspenderiam as obrigações do tratado a partir de 7 de dezembro. Segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a sua retirada do tratado “alteraram fundamentalmente” as circunstâncias relacionadas com o tratado e transformaram as obrigações dos participantes.