Rússia declara vitória em referendos ‘ilegais’ na Ucrânia
Possível anexação de territórios ocupados na Ucrânia marca nova escalada na guerra; Secretário-geral da ONU diz que cédulas violam lei internacional
![DONETSK OBLAST, UKRAINE - SEPTEMBER 23: People cast their votes in controversial referendums at a hospital in Donetsk Oblast, Ukraine on September 23, 2022. Voting will run from Friday to Tuesday in Luhansk, Donetsk, Kherson and Zaporizhzhia, with people asked to decide if they want these regions to become part of Russia. (Photo by Stringer/Anadolu Agency via Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/GettyImages-1243478359.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=687&crop=1)
Líderes russos declararam vitória nesta quarta-feira, 28, em uma série de “referendos” na Ucrânia, para decidir se quatro regiões ocupadas por Moscou se tornariam parte da Rússia. As votações foram condenadas pelas Nações Unidas, enquanto o Kremlin se prepara para usar os resultados com objetivo de anexar as regiões ucranianas após uma série de reveses militares.
Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, escreveu em seu canal oficial do Telegram nas primeiras horas desta quarta-feira que os referendos haviam terminado. “Os resultados são claros”, acrescentou. “Bem-vindos à Rússia.”
O chefe da autodenominada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, postou no Telegram que todas as cédulas já foram contadas em sua região, com 99,23% dos votos a favor da entrada na Federação Russa.
A declaração de Moscou marca uma nova escalada na guerra na Ucrânia, e também no conflito indireto entre a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados europeus. As cédulas foram condenadas como uma “violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional” pelo secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres.
O Exército russo não controla totalmente o território de nenhuma das quatro regiões onde as votações foram realizadas, e combates ainda estão acontecendo em todas elas.
O Kremlin convocou as votações depois que suas forças sofreram suas piores derrotas militares para a Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro. Putin também pediu uma “mobilização parcial” para convocar 300.000 reservistas.
O presidente ucraniano, Volodomyr Zelenskiy, rejeitou os resultados em uma declaração na quarta-feira em sua página oficial no Facebook.
“Nenhuma das ações criminosas da Rússia mudará nada para a Ucrânia”, escreveu ele. “Essa farsa no território ocupado não pode nem ser chamada de imitação de referendo.”