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Rússia condena repórter americano a 16 anos de prisão por espionagem

Julgamento acelerado pode indicar que Evan Gershkovich, do 'WSJ', deverá ser objeto de troca de prisioneiros com EUA

Por Da Redação
19 jul 2024, 09h57

O jornalista americano Evan Gershkovich, detido na Rússia desde março do ano passado por suposta espionagem, foi considerado culpado das acusações nesta sexta-feira, 19, por um tribunal russo em Ecaterimburgo, recebendo uma sentença de 16 anos na cadeia. Tanto o governo dos Estados Unidos como o The Wall Street Journal, jornal americano para o qual o repórter trabalha, consideraram o julgamento uma “farsa”. A rapidez incomum do processo, porém, indica que Gershkovich deve tornar-se objeto de uma troca de prisioneiros.

Na manhã desta sexta, a promotoria pediu uma pena de prisão de 18 anos para o jornalista de 32 anos, que negou as acusações e se declarou inocente. O julgamento foi fechado ao público, como é comum em casos de espionagem, o que significa que a imprensa ficou proibida de publicar qualquer prova ou depoimento ouvido no caso.

O caso

Gershkovich foi preso durante uma viagem a trabalho a Ecaterimburgo, nos Montes Urais, em março do ano passado, tornando-se o primeiro jornalista dos Estados Unidos a ser detido na Rússia sob acusação de espionagem desde o colapso da União Soviética. Em seguida, foi transferido para a prisão de Lefortovo, em Moscou, que é gerida pelo serviço de segurança russo, o FSB, e mantém prisioneiros de alto valor.

A investigação alega que o repórter, na verdade, estava nos Urais por ordem da CIA para coletar informações sobre o Uralvagonzavod, um fabricante de armas russo com sede perto de Ecaterimburgo, responsável por produzir os principais tanques de batalha do país. Não foi divulgada, porém, nenhuma evidência no caso.

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O WSJ e o Departamento de Estado dos EUA rejeitaram a acusação como ridícula, já que Gershkovich recebeu credenciamento oficial do Ministério das Relações Exteriores russo para trabalhar como jornalista no país.

“Mesmo enquanto a Rússia orquestra o seu vergonhoso julgamento simulado, continuamos a fazer tudo o que podemos para aumentar a pressão pela libertação imediata de Evan”, disse o jornal na quinta-feira.

A embaixada dos Estados Unidos em Moscou enfatizou que Gershkovich é jornalista “independentemente do que as autoridades russas afirmem”, e reiterou que o repórter não cometeu nenhuma ação ilegal. “As autoridades russas não conseguiram fornecer provas ou justificativas para continuação da detenção de Evan”, disse a missão diplomática.

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Apesar da ausência de evidências divulgadas, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou na quarta-feira 17 que Moscou tinha “provas irrefutáveis” da espionagem de Gershkovich – sem dar detalhes, claro.

Troca de prisioneiros

A rapidez do caso, com as audiências antecipadas em mais de um mês, pode indicar que um acordo para uma troca de prisioneiros, há muito discutido, está próximo.

O presidente russo, Vladimir Putin, já indicou que quer trocar Gershkovich por cidadãos russos que cumprem penas de prisão no exterior. Mais especificamente, ele mencionou Vadim Krasikov, um alegado assassino do FSB condenado à prisão perpétua por homicídio na Alemanha. Washington e Moscou confirmaram que mantiveram conversas sobre o tema, mas ainda não chegaram a um acordo.

Putin disse no início de junho que continuava negociando com o governo americano sobre uma potencial troca. “Sei que a administração dos Estados Unidos está realmente tomando medidas enérgicas para a sua libertação. Isto é verdade. Mas essas questões não são resolvidas através dos meios de comunicação social”, disse ele durante uma reunião com jornalistas em São Petersburgo.

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Os Estados Unidos acusaram a Rússia de praticar uma “diplomacia de reféns”. Segundo Washington, Gershkovich e outro americano preso, Paul Whelan, foram “detidos injustamente”. O governo afirma estar empenhado em trazê-los para casa.

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