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Rússia avança na Ucrânia em meio a preparativos de reunião entre Putin e Zelensky

Tropas progrediram na região de Dnipropetrovsk e conquistaram vila próxima a Donestk, informou Ministério da Defesa russo

Por Paula Freitas SEGUIR SEGUINDO 20 ago 2025, 11h31

Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. (Alexey DANICHEV / SPUTNIK/Simon Wohlfahrt/Bloomberg/Getty Images)

O Ministério da Defesa russo anunciou nesta quarta-feira, 20, que as tropas do país avançaram na região ucraniana de Dnipropetrovsk, em meio aos preparativos de um encontro entre os presidentes Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e o Vladimir Putin, da Rússia. No momento, os soldados russos controlam cerca de 1% da região, que não está entre os territórios anexados ilegalmente por Putin em 2022.

O DeepState, um projeto de mapeamento do campo de batalha na Ucrânia, mostrou que os soldados estavam a pelo menos 1-2 quilômetros da vila de Novoheorhiivka, próxima a Donetsk, na terça-feira. Segundo o ministério russo, o local foi capturado nesta quarta, depois que “soldados da 57ª Brigada de Fuzileiros Motorizados da Guarda expulsaram o inimigo (forças ucranianas)“. Estima-se que a Rússia controle 20% do território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, uma península anexada por Putin em 2014.

A Rússia lançou 93 drones e dois mísseis balísticos contra o país durante a noite. Deles, 92 drones e um míssil conseguiram ser abatidos ou suprimidos, enquanto o restante atingiu ao menos 20 locais. Em meio à enxurrada de ataques, o Serviço de Emergência Estatal da Ucrânia informou que uma pessoa ficou ferida, uma infraestrutura portuária foi danificada e um incêndio de grandes proporções atingiu uma instalação de combustível e energia na região de Odesa, no sul.

A intensa operação russa levou ao envio de dois caças Typhoon da Força Aérea Alemã “para monitorar a situação aérea na área da fronteira com a Ucrânia, no norte do Condado de Tulcea”, disse o Ministério da Defesa da Romênia em comunicado. As aeronaves estão instaladas no país como parte das missões de Policiamento Aéreo Aprimorado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental. Elas permanecem no flanco leste da Otan — países que fazem fronteira com Rússia e Belarus, como Polônia, Hungria e Romênia — desde a invasão russa à Crimeia.

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Sem trégua

Poucas horas depois de líderes europeus e Zelensky, serem recebidos na Casa Branca por Trump na segunda-feira, 18, a Rússia atacou a Ucrânia com cerca de 270 drones e 10 mísseis. A ofensiva sinaliza que Putin deseja o “oposto da paz: mais ataques e destruição”, escreveu o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, no X, antigo Twitter.

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Os ataques miraram infraestruturas de energia e transporte em Kremenchuk, na região de Poltava, no centro do país. Mais de 1.400 residências e de 100 empresas ficaram sem luz como resultado, segundo o prefeito Vitalii Maletsky. Não há relatos imediatos de mortos nos bombardeios, lançados um dia após autoridades locais informarem que 14 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas por bombardeios russos a cidades e vilarejos próximos à linha de frente.

Em meio às críticas dos ucranianos, Trump disse que talvez Putin, “não queria um acordo” para o fim da guerra na Ucrânia. Em entrevista à emissora americana Fox News, ele prometeu que Putin enfrentará “consequências graves” se for o caso, mas amenizou a situação e afirmou que acredita que o russo está “cansado” do conflito, que avança para o seu quarto ano.

“Eu não acho que será um problema, para ser honesto, eu acho que Putin está cansado (da guerra). Eu acho que todos estão cansados, mas você nunca sabe. Vamos descobrir sobre o presidente Putin nas próximas duas semanas. É possível que ele não queira um acordo”, ponderou.