Rússia ataca a Ucrânia
Presidente russo justifica invasão como reação às ameaças ucranianas; Biden diz que guerra será catastrófica
O governo da Ucrânia informou que a Rússia atacou o país na madrugada desta quinta-feira (24). As primeiras explosões foram ouvidas na capital, Kiev. Minutos depois, o governo ucraniano confirmou que instalações militares foram atacadas com mísseis, por volta das seis horas da manhã, horário local.
O Ministro do Interior da Ucrânia confirmou a chegada das tropas russas nas cidades de Odessa, no sul do país, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana.
Às sete horas da manhã, em Kiev, sirenes indicando possíveis ataques com mísseis foram acionadas.
Pouco antes, o presidente russo, Vladimir Putin, havia ordenado a movimentação das tropas em um discurso televisionado. A medida confirma os alertas dados pelos Estados Unidos e União Europeia quanto às intenções da Rússia de romper a fronteira no lado leste, na região de Donbass, onde grupos separatistas alinhados a Moscou tentam obter a independência das províncias de Luhansk e Donetsk.
Putin declarou o início de uma “operação militar especial” que visaria a “desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, dando a entender erroneamente que a Ucrânia é um país comandado por nazistas. Além disso, ele também afirmou que “responderá com força” se alguém tentar enfrentar a Rússia.
“Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”, disse o presidente russo.
No anúncio, Putin destacou, mais uma vez, que estava agindo para proteger a região que já havia decretado como sendo estados independentes. O líder russo justificou o ataque como sendo uma reação às ameaças ucranianas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu dizendo que a guerra “trará uma perda catastrófica de vidas”.
“A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia”, afirmou Biden, em comunicado.
No momento do ataque, o Conselho de Segurança da ONU estava em uma reunião de emergência em Nova York para tratar do conflito. O encontro prossegue, sendo chefiada pela Rússia que mantém a presidência rotativa do órgão da ONU, com poder de vetar as proposições de outros países.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo ao presidente Putin: “Não deixe suas tropas atacarem a Ucrânia. Dê uma chance à paz”.
Assim que a operação foi anunciada, os preços do petróleo saltaram para mais de cem dólares pela primeira vez em sete anos. A moeda russa, o rublo, sofreu uma queda de 5,7% em relação ao dólar logo nas primeiras horas da manhã de quinta.