Robert De Niro vira voz de propaganda eleitoral anti-Trump para Biden
Objetivo do vídeo é lembrar eleitores de que o ex-presidente dos EUA 'é perigoso', diz gerente de campanha do democrata
A campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, divulgou nesta sexta-feira, 24, uma propaganda eleitoral narrada pelo ator americano Robert De Niro. No anúncio, a estrela de Hollywood relembra os eleitores sobre o que chamou de “caos” do mandato de Donald Trump, de 2017 a 2020, além de alertar que um segundo governo trumpista seria pior.
O comercial eleitoral faz parte do esforço publicitário de maio em que a equipe de Biden tem US$ 14 milhões para investir na campanha que será transmitida na televisão e em plataformas digitais nos estados decisivos para sua reeleição.
O ator já havia se declarado totalmente contra o republicano em 2018, na premiação do National Board of Review, chegando a chamá-lo de “bebê-chefe”. No mesmo ano, ele o condenou abertamente no Tony Awards. Na nova propaganda, De Niro narra uma série de atrocidades do mandato do ex-presidente enquanto aparecem imagens imagens de um Trump sem máscara durante a pandemia e dos protestos do movimento contra o racismo Black Lives Matters.
“Desde tweets à meia-noite, à recomendação para beber água sanitária, a lançar gás lacrimogêneo em cidadãos e a organizar uma sessão de fotos, sabíamos que Trump estava fora de controle quando era presidente”, diz De Niro. “Então ele perdeu as eleições de 2020 – e estourou”, acrescentou.
O ator também acusa Trump de “tentar desesperadamente manter o poder”, dizendo que ele vai governar como um “ditador” caso vença as eleições deste ano. De Niro vai mais longe ao alegar que o republicano está pronto para “rescindir a Constituição”, citando uma fala do ex-presidente (ele sugeriu que, caso não fosse eleito, os Estados Unidos viveriam “um banho de sangue”).
Intenção do anúncio
A campanha de Biden aposta em eleitores indecisos sobre quem votar em novembro. O chefe da campanha do democrata, Jennifer O’Malley Dillon, afirmou em um memorando que o anúncio de De Niro é uma tentativa de definir Trump como perigoso e desequilibrado.
“Garantiremos que os eleitores que definirão esta eleição sejam lembrados do caos e dos danos que Trump causou como presidente – e por que o expulsaram há quatro anos”, escreveu O’Malley Dillon.
De acordo com ele, a campanha vai se encontrar em três questões-chave antes de um esperado debate em julho: aborto, democracia e justiça econômica. Esses tópicos devem ser abordados no aniversário da decisão da Suprema Corte que anulou o direito constitucional ao aborto (24 de junho) e do ataque a tiros fatal na boate gay Pulse, em Orlando (que ocorreu em 12 de junho de 2016).