Rivais eleitorais fecham coalizão para formar governo na Alemanha
Partido Social-Democrata, do chanceler deposto, Olaf Scholz, aceitou aliança com os conservadores de Friedrich Merz, que venceu as eleições em fevereiro

O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante da Alemanha, Olaf Scholtz, aprovou nesta quarta-feira, 30, um acordo de coalizão com a legenda conservadora União Democrata-Cristã (CDU). A parceria abre o caminho para que Friedrich Merz, líder da CDU, assuma o poder no país, após a sigla ter vencido eleições em fevereiro, antecipadas pelo colapso do governo Scholz.
Os social-democratas submeteram o acordo a uma votação eletrônica, que se estendeu pelas últimas duas semanas, aos mais de 358 mil membros. A proposta foi aprovada por 84,6%, com apenas 15,4% contra. A eleição teve mais de 56% de comparecimento.
A Alemanha já foi governada por um modelo parecido na década de 1960 e, depois, nos três mandatos da ex-chanceler Angela Merkel (CDU), à frente da nação de 2005 a 2021. Merz será o 10º líder alemão desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) quando for declarado chanceler pelo Parlamento – o que deve ocorrer na próxima terça-feira, 6 de maio.
Lars Klingbeil, co-líder do Partido Social-Democrata, deve ser o próximo vice-chanceler e ministro das Finanças do país, segundo a emissora alemã Deutsche Welle, após aprovação unânime do comitê executivo da legenda. O político de 47 anos estreitou os laços com Merz ao longo das negociações para formar a coligação.
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Colapso do governo Scholz
O novo governo deve assumir exatamente seis meses após o colapso do governo Scholz. A turbulência começou quando o chanceler demitiu seu ministro das Finanças, Christian Lindner, do Partido Democrático Liberal (de centro-direita), depois de meses de disputa sobre como preencher um buraco multibilionário no orçamento nacional. A legenda de Lindner, por sua vez, abandonou a coalizão, que também contava com o Partido Verde, deixando-a sem maioria parlamentar.
Em dezembro, Scholz perdeu um voto de confiança no Parlamento, o último prego no caixão de seu governo. A moção permitiu eleições antecipadas em fevereiro para escolher um novo nome para o cargo, que terá o desafio de resgatar o país da recente crise política e de um crescente mal-estar econômico. O partido de Merz, a União Democrata Cristã, arrematou 28,5% dos votos e venceu o pleito, que foi marcado pelo avanço da extrema direita alemã.