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Risco de conflito? Entenda as novas tensões entre Índia e Paquistão

Nova Délhi acusa o país vizinho de apoiar o grupo responsável por um ataque à Caxemira, região disputada por ambos os países desde 1947

Por Sara Salbert Atualizado em 1 Maio 2025, 10h03 - Publicado em 1 Maio 2025, 09h50

As tensões entre a Índia e o Paquistão se intensificaram desde a semana passada, após um ataque terrorista matar 26 pessoas, em sua maioria turistas hindus, na Caxemira, região disputada por ambos os países. Nova Délhi acusa o país vizinho de apoiar o grupo responsável pela ação, autodenominado “Resistência da Caxemira”.

Desde o massacre na cidade turística de Pahalgam, os laços diplomáticos entre os dois países se deterioraram rapidamente. A Índia cancelou vistos, suspendeu um tratado bilateral de compartilhamento de águas (um golpe para a agricultura do Paquistão) e ordenou a saída quase total de paquistaneses do país. A resposta de Islamabad foi fechar seu espaço aéreo para companhias indianas e mobilizar tropas nas zonas de fronteira.

Após negar qualquer envolvimento no ataque, o Paquistão declarou na quarta-feira que recebeu informações confiáveis de que a Índia está preparando um possível ataque de retaliação ao país dentro de 24 a 36 horas. O país ainda prometeu que “qualquer ato de agressão será recebido com uma resposta decisiva”.

Temendo uma escalada militar, as autoridades na Caxemira administrada pelo Paquistão fecharam mais de 1.000 escolas religiosas.

Reação global

Diante do risco de agravamento da crise, os Estados Unidos pediram que ambos os países colaborem para “reduzir as tensões”. O secretário de Estado, Marco Rubio, manteve conversas separadas com o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, na quarta-feira, apelando por “paz e segurança no sul da Ásia”.

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Nova Délhi é considerada um parceiro importante para Washington, pois busca combater a influência da China na região do Indo-Pacífico.

O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, disse que também havia falado com Sharif e Jaishankar, oferecendo sua ajuda na “desescalada”. A organização internacional pediu “máxima contenção”, uma vez que Índia e Paquistão se tratam de nações nucleares.

A China, que também reivindica o controle de parte da Caxemira e se aproximou do Paquistão nos últimos anos, pediu contenção da crise. O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que qualquer conflito entre o Paquistão e a Índia “não serviria aos interesses fundamentais de cada lado” e representaria um risco à segurança regional, informou a emissora estatal CGTN.

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Disputa pela Caxemira

A Caxemira, localizada no Himalaia, é um dos focos de conflito mais perigosos do mundo. Disputada pela Índia e Paquistão desde a partilha do subcontinente indiano após o fim do domínio britânico em 1947, a região é atualmente dividida pela Linha de Controle (LoC) — uma fronteira que separa as áreas controladas por cada país —, mas ambas as nações a reivindicam em sua totalidade.

Desde a independência do Reino Unido, os dois países, ambos detentores de armas nucleares, já travaram três guerras diretamente ligadas à disputa pela Caxemira. 

+ Vídeo: Turista grava ataque terrorista na Índia durante passeio de tirolesa

Na parte controlada pela Índia, um movimento insurgente armado tem se desenvolvido desde 1989. Grupos rebeldes, alguns favoráveis à independência e outros à anexação ao Paquistão, enfrentam forças de segurança indianas em um conflito que já deixou milhares de mortos.

Um dos episódios mais marcantes foi o atentado de Pulwama, em 2019, quando um homem-bomba matou 40 membros das forças de segurança indianas. Em resposta, a Índia realizou ataques aéreos dentro do território paquistanês — a primeira incursão do tipo desde a guerra de 1971 entre os dois países.

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