Resgatados de caverna na Tailândia ficarão em isolamento por sete dias
Todos os cuidados são para evitar possíveis problemas de saúde ou contágio dos integrantes do time Javali Selvagem
Oito meninos do time de futebol Javali Selvagem resgatados de uma caverna inundada no extremo norte da Tailândia já estão em observação em um hospital de Chiang Rai. Os outros cinco integrantes do time, incluindo o técnico, ainda não chegaram ao hospital mas devem seguir o mesmo protocolo. Por ora, familiares só podem ver os garotos através de um vidro de proteção devido ao alto risco de infecções –– tanto dos garotos quanto dos familiares.
Os meninos correm um sério risco de apresentarem infecções decorrentes das mais de duas semanas que permaneceram dentro da caverna de Tham Luang.
Os médicos informam que os oito meninos resgatados inicialmente apresentam bom ânimo e sistema imunológico bastante forte –– o fato de serem jogadores de futebol contribui para o bom estado de saúde, afirmaram. Ainda assim, a equipe médica optou pela quarentena, pois a permanência longa em cavernas pode trazer um alto risco de infecções tanto para os próprios garotos quanto para aqueles com quem tenham contato.
Entre as principais doenças contagiosas que podem ainda se manifestar nos integrantes do time, estão a leptospirose (transmitida através da urina de mamíferos, incluindo ratos) e histoplasmose, um doença grave causada por um fungo encontrado nas fezes secas de morcegos, que pode provocar hemorragia pulmonar se aspirado.
Outras preocupações em relação a doenças infectocontagiosas associadas à prolongada estada na caverna, são o tétano e a raiva — o time está sendo imunizado e recebendo tratamento preventivo para ambas as doenças no hospital.
Devido às mais de duas semanas que passaram na escuridão da caverna, os garotos precisam usar óculos de sol por enquanto para proteger a vista de danos causados pela luz solar e artificial; além de evitar desconforto visual.
Vários garotos estão debilitados, com sinais de desnutrição e desidratação após quase duas semanas sem comida ou água potável. Ao menos dois deles apresentaram pneumonia e continuam recebendo tratamentos para evitar uma queda brusca do sistema imunológico, que poderia fazer com que a infecção caísse na corrente sanguínea e resultasse em sepse ou em um choque séptico (infecção generalizada, com taxa de mortalidade superior a 70%).
Os garotos realizam ainda uma bateria de exames para descartar outros possíveis problemas de saúde. De acordo com a revista de notícias americana Time, se os garotos apresentarem e mantiverem um quadro estável de saúde, será permitido aos pais adentrarem a área de isolamento utilizando roupas esterilizadas e permanecendo a 2 metros de distância dos adolescentes resgatados.