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Reino Unido rejeita proposta de novo referendo de independência da Escócia

Primeira-ministra escocesa não acata a decisão e acusa Londres de ter medo do 'direito de escolha' de seu país

Por Da Redação
14 jan 2020, 17h16

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, negou ao governo escocês nesta terça-feira, 14, o direito de realizar um novo referendo sobre a independência do país. Como reação, a primeira-ministra da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Nicola Sturgeon, disse que o “país terá o direito de escolher seu futuro”, desafiando a decisão de Johnson.

Sturgeon havia enviado a Londres a proposta de 38 páginas no dia 19 de dezembro, logo depois da vitória dos conservadores nas eleições parlamentares britânicas. Ela argumentou que resultado do pleito, que deu vitória a Johnson e seus aliados favoráveis ao Brexit, dava legitimidade para um novo referendo. Já era esperado, porém, que o premiê negasse o pedido.

Para o primeiro-ministro, o resultado do último referendo selou a questão. Em comunicado, Johnson disse que Sturgeon e seu antecessor “fizeram a promessa de que o referendo de independência de 2014 era um voto único ‘em uma geração'”. A carta assegura que Londres trabalhará para continuar a manutenção da escolha democrática dos escoceses.

“Outro referendo de independência faria com que a Escócia continuasse estagnada politicamente como na última década, com escolas, hospitais e empregos deixados de lado por conta da campanha de separação do Reino Unido”, argumenta Johnson.

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Sturgeon, por outro lado, diz que os conservadores “têm pavor do direito de escolha da Escócia”. “Quanto mais eles tentam bloquear a democracia, mais demonstram que a União não é igualitária, aumentando o apoio à independência”, afirmou. Nas últimas eleições gerais, o SNP conquistou 48 das 59 cadeiras reservadas ao país. 

A primeira-ministra escocesa também disse que buscará todos os meios necessários para realizar o referendo e que espera o apoio do Parlamento do país para seguir adiante com seu plano.

Não é a primeira vez que o governo do Reino Unido nega um novo referendo pela independência. A ex-primeira-ministra conservadora Theresa May desautorizou a realização do pleito em 2017. Para a consultar vir a ocorrer, Londres deve aceitar um pedido de Sturgeon para transferir os poderes da chamada Seção 30 ao Parlamento escocês.

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Em 2014, 55% dos escoceses votaram pela permanência do país no reino e na União Europeia. Mas o Brexit não estava no horizonte durante o pleito. Durante o referendo de 2016, para decidir se o Reino Unido saia ou não do bloco europeu, a Escócia votou em peso pela permanência – com 62% dos votos.

Sturgeon prometeu apresentar os próximos passos para convocar a consulta popular até o final de janeiro, quando efetivamente o Brexit entrará em vigor.

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