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Reino Unido anuncia fim de negociações comerciais com Israel e condena guerra em Gaza

Decisão acompanha subida de tom de mais de 20 países contra campanha militar israelense no enclave palestino

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 Maio 2025, 11h42

O governo britânico suspendeu nesta terça-feira, 20, negociações de livre comércio com Israel e impôs novas sanções contra assentamentos na Cisjordânia. A decisão ocorre um dia após Reino Unido, França e Canadá ameaçarem “ações concretas” contra Israel em comunicado. O trio também se opôs “a qualquer tentativa de expandir os assentamentos na Cisjordânia” e afirmou que, apesar de apoiar o direito de defesa israelense, não ficaria “de braços cruzados enquanto o governo (de Benjamin) Netanyahu realiza essas ações atrozes”.

O alerta foi seguido por uma declaração conjunta assinada por 22 países, que exige que Tel Aviv passe a “permitir a retomada total da ajuda a Gaza imediatamente e permitir que a ONU e as organizações humanitárias trabalhem de forma independente e imparcial para salvar vidas, reduzir o sofrimento e manter a dignidade”.

“Quero deixar registrado hoje que estamos horrorizados com a escalada de Israel”, reforçou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ao Parlamento do Reino Unido nesta terça-feira. “Precisamos coordenar nossa resposta, porque esta guerra já dura tempo demais. Não podemos permitir que o povo de Gaza morra de fome.”

Starmer repetiu o apelo para um cessar-fogo em Gaza e argumentou que uma trégua era a única forma de libertar os reféns mantidos pelo grupo palestino radical Hamas. Ele também disse que a a quantidade básica de ajuda humanitária permitida por Israel é “completamente inadequada”.

+ ONU: 14.000 bebês podem morrer em Gaza nas próximas 48 horas sem ajuda humanitária

Críticas generalizadas

Trata-se de um aumento do tom de uma gama de países contra a campanha militar israelense em Gaza. Na segunda-feira, depois da declaração do Reino Unido, França e Canadá, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, apelou para que Israel seja excluído de eventos culturais internacionais. Ele destacou que não se deve “permitir padrões duplos, nem mesmo na cultura” e criticou aqueles que defendem “um setor cultural insípido, silencioso e equidistante”.

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“Acredito que ninguém ficou chocado há três anos, quando a Rússia foi solicitada a se retirar de competições internacionais após a invasão da Ucrânia e a não participar, por exemplo, do Eurovision. Portanto, Israel também não deveria fazer isso”, opinou o premiê espanhol.

+ Mais de 20 países exigem que Israel permita ‘retomada total de ajuda a Gaza’ e ‘reduza sofrimento’

Entrada de ajuda humanitária

Na véspera, as Forças de Defesa de Israel (FDI) aceitaram a entrada na Faixa de Gaza de caminhões com suprimentos, poucas horas depois de Netanyahu anunciar, em meio à forte pressão internacional, a liberação do transporte de mantimentos, que estava bloqueado desde 2 de março. Ao todo, segundo as FDI, cinco caminhões com itens que incluem alimentos para bebês entraram na Faixa de Gaza pela travessia de Kerem Shalom, na tríplice fronteira entre Israel, Egito e Faixa de Gaza.

Antes do anúncio, o primeiro-ministro israelense havia afirmado que Israel irá “tomar controle” de toda a Faixa de Gaza, na esteira do anúncio da retomada de operações terrestres no final de semana e de extensos ataques aéreos que deixaram mais de 100 mortos e destruíram instalações médicas no norte do enclave no domingo, 18.

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+ Israel permite primeira entrada de ajuda humanitária em Gaza desde 2 de março 

VÍDEO: Manifestantes nas ruas

Dezenas de milhares de manifestantes vestidos de vermelho marcharam por Haia, cidade na Holanda que abriga o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Internacional de Justiça (CIJ), no domingo para exigir uma ação governamental que encerre as operações militares de Israel no enclave palestino. O protesto contou com participação de organizações humanitárias, como Anistia Internacional, Save the Children e os Médicos Sem Fronteiras. Os participantes contornaram o centro da cidade de Haia, criando uma linha vermelha, que simbolicamente representa a inação do governo da Holanda.

“Apelamos ao governo holandês para que ponha termo ao apoio político, econômico e militar a Israel, enquanto este país bloquear o acesso a fornecimentos de ajuda e for culpado de genocídio, crimes de guerra e violações estruturais dos direitos humanos em Gaza e nos Territórios Palestinianos Ocupados”, afirmou Marjon Rozema, da Anistia Internacional.

A marcha passou pelo Palácio da Paz, sede da CIJ, das Nações Unidas. No ano passado, o tribunal ordenou que Tel Aviv tome medidas para prevenir e punir a incitação direta ao genocídio e conter mortes e danos na sua ofensiva militar. A África do Sul, que abriu o caso, havia pedido a corte que exigisse um cessar-fogo de Israel. A CIJ, porém, não determinou que os militares suspendessem a campanha.

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