Rei Charles transfere 1 bilhão de libras da monarquia para ‘bem público’
Lucros vindos de parque eólico geralmente eram direcionados ao Crown Estate, para sustentar a monarquia
![Britain's King Charles III (L) and Britain's Prince Andrew, Duke of York walk behind the coffin of Queen Elizabeth II, adorned with a Royal Standard and the Imperial State Crown and pulled by a Gun Carriage of The King's Troop Royal Horse Artillery, during a procession from Buckingham Palace to the Palace of Westminster, in London on September 14, 2022. - Queen Elizabeth II will lie in state in Westminster Hall inside the Palace of Westminster, from Wednesday until a few hours before her funeral on Monday, with huge queues expected to file past her coffin to pay their respects. (Photo by LOIC VENANCE / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/000_32JD4X4.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O rei Charles anunciou nesta quinta-feira, 19, que os lucros de uma fazenda eólica, de 1 bilhão de libras por ano, devem ser usados para o “bem público mais amplo” e não como financiamento extra para a monarquia.
Dos impostos usados para sustentar a instituição, que agora somam 86,3 milhões de libras por ano, o rei recebe 25% do superávit anual da propriedade da coroa (ou Crown Estate), que inclui 10% extra para reformas do Palácio de Buckingham.
Seis novos contratos de energia eólica offshore, anunciados pelo Crown Estate nesta quinta-feira, geraram um grande ganho inesperado, o que normalmente levaria a um salto no financiamento oficial da monarquia. O direito do monarca de coletar royalties da energia eólica foi concedido pelo governo trabalhista de Tony Blair em 2004.
Mas o rei, que destacou a crise do custo de vida que assola o Reino Unido em sua mensagem de Natal, pediu que os fundos extras “sejam direcionados para um bem público mais amplo”, em vez da monarquia.
O Palácio de Buckingham disse que, à luz da “receita inesperada de energia offshore”, o rei quer reduzir a fatia dos lucros usada para calcular a concessão, usada para pagar custos como viagens da família real para compromissos oficiais e para a manutenção dos palácios.
Uma revisão da porcentagem dos lucros do Crown Estate está em andamento com o Tesouro, com uma decisão esperada para os próximos meses. O administrador dos fundos reais, Michael Stevens, escreveu ao primeiro-ministro Rishi Sunak para propor uma “redução apropriada”.
O grupo de ativistas anti-monarquia Republic, contudo, rejeitou a medida como “uma manobra de relações públicas cínica para antecipar uma decisão do governo de reduzir a porcentagem”. O executivo-chefe do grupo, Graham Smith, disse que a declaração do rei “refletia um acordo que ele não tinha poder para mudar”.