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Regime de Maduro expulsa embaixadores de sete países, incluindo Argentina e Chile

Declaração ocorre após governos latino-americanos questionarem resultado das eleições de domingo, que proclamaram vitória do presidente Nicolás Maduro

Por Da Redação
Atualizado em 29 jul 2024, 19h18 - Publicado em 29 jul 2024, 18h10

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, anunciou nesta segunda-feira, 29, a retirada de “toda a equipe diplomática das missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai” e exigiu que os governos em questão “retirem imediatamente seus representantes em território venezuelano”. A declaração ocorre após os países questionarem o resultado das eleições de domingo, que proclamaram a vitória do presidente Nicolás Maduro em meio a denúncias de irregularidades na contagem dos votos.

“A Venezuela expressa sua mais firme rejeição às ações e declarações interferentes de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional, tentando reviver o fracassado e derrotado Grupo de Lima”, escreveu Gil nas redes sociais.

O comunicado acrescentou que “reserva todas as ações legais e políticas para respeitar, preservar e defender nosso direito inalienável à autodeterminação” e que o regime de Maduro “enfrentará todas as ações que ameaçam o clima de paz e coexistência que tantos esforços exigiram do povo venezuelano”. Por fim, afirmou que a postura dos sete países “tenta ignorar a vontade do povo venezuelano”.

+ Com resultado contestado, autoridade eleitoral da Venezuela proclama Maduro presidente

Vitória de Maduro

Na madrugada desta segunda, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% do candidato oposicionista, Edmundo González Urrutia, que substituiu María Corina Machado, vencedora das primárias da oposição, após ser inabilitada pelo regime chavista. Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 65% de apoio, contra apenas 31% do líder bolivariano.

O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral. Como forma de protesto, moradores de várias cidades venezuelanas fizeram panelaços contra a reeleição do presidente nesta manhã. Em Caracas, um dos locais de contestação foi o bairro de Petare, outrora bastião do regime chavista, onde a manifestação durou mais de 20 minutos.

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+ ONU insta governo Maduro a contar votos com ‘transparência total’

Contestação internacional

O líder de centro-direita do Uruguai, Luis Lacalle Pou, rejeitou a vitória governista, afirmando que “não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para chegar a ele”. O presidente da Argentina, Javier Milei, por sua vez, reconheceu a vitória da oposição. Ele pediu que o presidente Maduro deixe a Presidência da República.

“Ditador Maduro, fora! Os venezuelanos decidiram acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados apontam uma vitória acachapante da oposição e o mundo espera o reconhecimento desta derrota depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte. A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular desta vez”, afirmou Milei.

O coro foi reforçado pelo chanceler peruano, Javier González-Olaechea, que anunciou que convocará o embaixador do país na Venezuela para consultas diante do “grave anúncio oficial das autoridades eleitorais venezuelanas”, enquanto Gabriel Boric, do Chile, disse que “os resultados são difíceis de acreditar”.

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“O regime de Maduro deve compreender que os resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo”, escreveu Boric nas redes sociais. “Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, concluiu.

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