Reforma judicial de Netanyahu leva 500 mil israelenses às ruas em protesto
Segundo as estimativas dos organizadores, cerca de 5% da população se opõe às mudanças que retiram poder da Suprema Corte
Meio milhão de israelenses foram às ruas na décima semana consecutiva de protestos contra os planos do governo de Benjamin Netanyahu de reformar o sistema judicial do país, afirmaram os organizadores nesta segunda-feira, 13.
Israel tem uma população de pouco mais de 9 milhões. Portanto, se as estimativas dos organizadores estiverem corretas, cerca de 5% do país se opõe às propostas.
Quase metade dos manifestantes – cerca de 240 mil – se reuniram em Tel Aviv, disseram os organizadores. Em Jerusalém, várias centenas de manifestantes se reuniram em frente à casa do presidente, Isaac Herzog, carregando bandeiras israelenses e cantando slogans como “Israel não será uma ditadura”.
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Na quinta-feira 9, Herzog – cujo papel é amplamente cerimonial – instou o governo de Netanyahu a desistir da legislação de revisão judicial.
Os manifestantes e críticos do plano de Netanyahu dizem que as mudanças vão enfraquecer os tribunais do país e corroer a independência do judiciário, subjugando-o aos outros ramos do governo do país.
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O pacote daria ao parlamento de Israel, o Knesset, o poder de anular as decisões da Suprema Corte por maioria simples. Também daria ao governo o poder de nomear juízes, que atualmente cabe a um comitê composto por juízes, juristas e políticos. Isso retiraria o poder e a independência dos assessores jurídicos dos ministérios do governo e retiraria o poder dos tribunais de invalidar nomeações “irracionais”, como fez o Supremo em janeiro, forçando Netanyahu a demitir o ministro do Interior e da Saúde, Aryeh Deri.