Redes sociais abertas e novo valor: as mudanças para quem quiser tirar visto americano
Algumas das novas regras passam a valer já nesta terça-feira, 2

A partir desta terça-feira, 2, passam a valer novas regras para entrevistas presenciais de solicitantes de visto para os Estados Unidos. A mudança se junta a uma série de alterações no processo promovidas pelo governo de Donald Trump, como exigência para que interessados no documento deixem suas redes sociais em modo público.
Entre as principais mudanças está a regra de que pessoas menores de 14 anos e maiores de 79 agora terão que se apresentar pessoalmente em postos de atendimento do governo americano ou consulados, assim como pessoas que pretendem renovar seus vistos para quase todos os tipos.
O processo também ficará mais caro para os solicitantes por conta de uma nova taxa, de US$ 250 (cerca de R$ 1350), que fará o custo do documento quase dobrar para US$ 435 (aproximadamente R$ 2.350). O megaprojeto de Trump inclui a chamada Visa Integrity Fee (taxa de integridade do visto, em português), aplicada na emissão da credencial — caso o pedido do documento seja negado, a quantia não será cobrada.
Em junho, Washington já havia anunciado medidas implementadas para monitoramento de redes sociais de quem solicitar visto para estudar no país.
Novos candidatos que se recusarem a definir suas contas em redes sociais como “públicas”, para que elas sejam analisadas, podem ser rejeitados. A recusa seria entendida, segundo o governo, como uma tentativa de burlar a exigência ou ocultar atividades online.
“Sob as novas diretrizes, os funcionários consulares conduzirão uma verificação abrangente e completa de todos os candidatos a estudantes e visitantes de intercâmbio”, afirmou o governo americano em um comunicado. “Para facilitar essa verificação”, os candidatos “serão solicitados a ajustar as configurações de privacidade de todos os seus perfis de mídia social para ‘público’”.
Sob as mudanças, solicitantes de visto para trabalho ou residência nos Estados Unidos também passarão por uma avaliação sobre atitudes “antiamericanas”, que inclui verificação de conteúdo em redes sociais, segundo anúncio feito no final de agosto por autoridades americanas.
A atualização de políticas do Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) permite que agentes imigratórios verifiquem se solicitantes de visto tiveram “envolvimento com organizações antiamericanas ou terroristas”.
+ Com queda de 25% sob Trump, Brasil deixa de ser líder de emissão de vistos dos EUA
“Os benefícios da América não devem ser dados àqueles que desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas”, disse Matthew Tragesser, porta-voz do USCIS, em comunicado, alertando que o órgão está comprometido em “apoiar a aplicação de medidas rigorosas de triagem e verificação na maior extensão possível”.
O texto, no entanto, não define de forma clara o que seria “antiamericanismo”, mas cita como referência a Lei de Imigração e Nacionalidade, de 1952, que proíbe a naturalização de membros de partidos comunistas e pessoas que busquem derrubar o governo dos EUA pela força ou violência.
“Sob as novas diretrizes, os funcionários consulares conduzirão uma verificação abrangente e completa de todos os candidatos a estudantes e visitantes de intercâmbio”, afirmou o Departamento de Estado em um comunicado. “Para facilitar essa verificação”, os candidatos “serão solicitados a ajustar as configurações de privacidade de todos os seus perfis de mídia social para ‘público’”.
Depois de passar dois anos na liderança de vistos para turismo e negócios nos Estados Unidos, o Brasil viu um encolhimento de cerca de 25% nas emissões durante os primeiros cinco meses do governo Donald Trump. Segundo levantamento feito por VEJA com base em dados do Departamento de Estado americano, de janeiro a maio, foram emitidos 356.950 vistos B1/B2 para brasileiros. No mesmo período do ano passado, foram 480.873 na mesma categoria.