Quatro estátuas na mira dos protestos contra o racismo
No rastro do furacão, sobrou na Inglaterra para a estátua do traficante de escravos Edward Colston
- Edward Colston, Inglaterra (foto)
No rastro do furacão de movimentos contra o racismo, registrados em vários países e que foram desencadeados pela morte de George Floyd por um policial nos Estados Unidos, sobrou na Inglaterra para a estátua do traficante de escravos Edward Colston. Na cidade de Bristol, uma multidão enfurecida derrubou o monumento do pedestal e o atirou no rio, em protesto ao culto a uma personalidade com um passado considerado condenável aos olhos das sociedades modernas. Esse tipo de gesto gerou um debate sobre até que ponto essas atitudes representam
uma justa reparação histórica ou se não passam de puro vandalismo.
- Leopoldo II, Bélgica
Os moradores de Antuérpia tiveram comportamento parecido com o dos ativistas ingleses. Na semana passada, os belgas daquela cidade vandalizaram e removeram a estátua do rei Leopoldo II, lembrado sobretudo por ter colonizado o Congo Belga. Ele é acusado de ter exterminado cerca de 10 milhões de congoleses nativos. Movimento semelhante ocorreu em Bruxelas, a capital do país europeu, que abriga outro monumento em homenagem ao monarca.
- Robert E. Lee, Estados Unidos
Líder militar do sul pró-escravagista durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, o general Robert E. Lee foi outro que entrou na mira dos protestos. O governador da Virgínia, Ralph Northam, anunciou recentemente que uma estátua em homenagem a ele será removida o mais rápido possível da cidade de Richmond. Nas manifestações recentes, o monumento foi alvo de pichações.
- Borba Gato, Brasil
O movimento ocorrido em outros países respingou no Brasil e reacendeu a discussão em torno de obras como a estátua de Borba Gato, em São Paulo. O bandeirante era conhecido por escravizar e caçar indígenas, daí o debate sobre a conveniência de manter o monumento a ele na maior cidade do país.
Publicado em VEJA de 17 de junho de 2020, edição nº 2691