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Quanto o conclave já movimentou nas bolsas de apostas?

Processo de escolha do novo papa começou na quarta-feira 7, mas já mobilizava apostadores semanas antes

Por Amanda Péchy Atualizado em 8 Maio 2025, 09h23 - Publicado em 8 Maio 2025, 09h20

Na manhã desta quinta-feira, 8, a terceira rodada de votações do conclave para eleger o novo papa terminou sem definição, com fumaça preta saindo pela chaminé da Capela Sistina (apesar da confusão inicial). Enquanto isso, as apostas sobre quem será o sucessor de Francisco seguem a toda. O processo já movimentou mais de US$ 33 milhões (R$ 189,5 milhões, segundo a cotação atual) na Polymarket, uma das principais plataformas de bolsa de apostas.

São 17 janelas de negociação, onde os usuários “compram ações” na tentativa de obter ganhos baseados no acerto de probabilidades. Alguns temas são inusitados, como o que tenta prever quais as “chances” de Donald Trump ser o novo líder da Igreja Católica, depois do presidente dos Estados Unidos ter dito que “gostaria de ser papa” e publicado uma imagem feita por inteligência artificial de um retrato seu com vestes pontificais. As “odds” dos cardeais brasileiros no conclave e qual é o “azarão” na disputa também são algumas das previsões que movimentam os usuários.

A Polymarket, baseada em tecnologia blockchain, vem ganhando adeptos mundo afora por permitir fazer as previsões usando criptomoedas com lastro em dinheiro real. A plataforma usa o criptoativo USDC Coin (USDC), que é indexado ao dólar, e começou a atrair atenção após o debate presidencial dos Estados Unidos de 27 de junho, entre Trump e Joe Biden. Apostadores anteciparam que o então chefe da Casa Branca abandonaria a corrida — corretamente, como se provou – e depois também previram a vitória do republicano sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris.

De acordo com sites especializados, estima-se que até a escolha final do novo papa, esse mercado deva movimentar mais de R$ 200 milhões com apostas. Mas é possível que o valor seja ainda mais alto.

Os favoritos do conclave

Após a terceira votação, o favorito na bolsa de apostas ainda é o italiano Pietro Parolin, com 26% de chances de tornar-se o novo papa. “Muitos cardeais criados por Francisco não se conhecem entre si. Já Parolin, por ter sido secretário de Estado, tem enorme visibilidade”, disse a VEJA o jornalista vaticanista Francesco Antonio Grana. “Se dependesse apenas do Espírito Santo, Parolin já seria papa.”

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Mas o secretário de Estado do Vaticano (número dois de Francisco) caiu cinco pontos após a primeira votação e vem perdendo terreno para o filipino Luis Antonio Tagle, com 23%, apelidado de “Francisco asiático” por suas similaridades com o falecido pontífice. Depois deles vêm o italiano progressista Matteo Zuppi, com 10%, e o italiano moderado Pierbattista Pizzaballa.

Na Polymarket, os usuários podem apostar em binários – perguntas de “Sim” e “Não” – sobre assuntos que vão de esportes e cultura popular a política e guerras.  Se as previsões se concretizam, os vencedores podem trocar os tokens adquiridos para fazer o lance em uma das opções (“Sim” e “Não”) pelo valor proporcional ao total apostado. Por isso, precisam ter uma carteira de criptomoedas.

“Como toda ‘odd’ oferecida, é feito um cálculo matemático em cima de um conjunto de probabilidades, fechado ou aberto”, explica Ricardo Magri, especialista em iGaming (jogos online, desde apostas esportivas a poker e cassinos virtuais), com passagem pela Sportradar, que analisa dados esportivos para casas de apostas.

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Nessa conta, segundo ele, se busca adicionar elementos que podem influenciar de qualquer maneira o resultado: histórico, conjunturas externas, notícias, idade dos participantes, ou qualquer tipo de informação de domínio público que possa ser inserido no cálculo para se ajustar e refinar a contagem da probabilidade, que será a base da odd oferecida.

Vale lembrar que tudo isso é feito em casas internacionais, em especial as do Reino Unido e Estados Unidos. No Brasil, esse tipo de jogo é proibido, com base na Lei nº 14.790/2023. Isso aconteceu a partir da regulamentação do setor no país, em de janeiro deste ano, limitando as apostas a duas categorias: de eventos reais de temática esportiva e dos jogos virtuais com resultado aleatório.

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