Leão XIV ainda tem rituais a seguir? Quando o novo papa ‘começa’ no cargo
Eleito em conclave nesta quinta-feira, 8, novo pontífice assume na hora, mas só 'estreia' oficialmente como líder da Igreja Católica dias depois

A fumaça branca que subiu da chaminé da Capela Sistina na tarde desta quinta-feira, 8, anunciou ao mundo que, após quatro votações, os cardeais elegeram o americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, como sucessor de Francisco. Ao aceitar a escolha e adotar o nome de Leão XIV, ele se tornou, naquele instante, o novo líder da Igreja Católica. Mas quando, exatamente, “começa” seu pontificado?
Tecnicamente, no momento em que aceita sua eleição, o novo papa já é o chefe supremo da Igreja. A sucessão é imediata. Assim que diz “aceito”, ainda dentro da Capela Sistina, o cardeal eleito por seus colegas se torna pontífice, veste a vestimenta papal, escolhe seu nome e aparece à multidão para dar a primeira bênção Urbi et Orbi – expressão em latim que significa “à cidade (de Roma) e ao mundo”.
Mas a “estreia” oficial, pública e cerimonial, acontece depois. A cerimônia de inauguração do pontificado, que ocorre tipicamente cerca de uma semana após a eleição, inclui a celebração de uma missa solene na Praça de São Pedro, onde o papa assume formalmente o cargo.
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Ao longo dos séculos, essa cerimônia passou por transformações significativas. Antes, incluía até uma coroação com tiara de três andares, típica de uma monarquia espiritual. A pompa começou a ser deixada de lado a partir de 1963, quando Paulo VI aboliu a tiara e celebrou sua instalação ao ar livre, na Praça de São Pedro.
Em 1978, João Paulo I foi o primeiro a adotar formalmente a missa como principal rito inaugural, sem coroação. Desde então, o tom do evento tem revelado traços do estilo de cada novo pontífice: mais austero, mais popular, mais midiático ou mais litúrgico.
No caso de Leão XIV, a expectativa gira em torno da linha que ele adotará após um longo papado como o de Francisco, marcado por ênfases em justiça social, ecologia e reformas internas.
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Ainda sem data oficial confirmada para a cerimônia, o Vaticano já sinaliza que a missa será celebrada na Praça de São Pedro, como manda a tradição recente. Estarão presentes chefes de Estado, cardeais do mundo todo e milhares de fiéis.
Por enquanto, a Santa Sé informou que o papa Leão XIV celebrará a missa na Capela Sistina nesta sexta-feira, 9, junto aos cardeais que o elegeram. Ele recitará a oração Regina Coeli (Rainha do Céu) no domingo, na Basílica de São Pedro. E, na segunda-feira, se encontrará com jornalistas no Vaticano.