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Quais países mais perdem com a interrupção de assistência global dos EUA?

Suprema Corte deu aval para governo Trump cortar mais de US$ 58 bilhões em ajuda humanitária ao redor do mundo

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 fev 2025, 11h22 - Publicado em 27 fev 2025, 09h09

O presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, suspendeu na noite de quarta-feira 27 uma ordem judicial exigindo que o governo do presidente Donald Trump continue a pagar fundos de assistência internacional a contratados e beneficiários de subsídios.

Essencialmente, o magistrado deu sinal verde, mesmo que em caráter provisório, para a Casa Branca encerrar a maioria dos contratos e subsídios de assistência internacional. O governo vai cortar mais de 90% dos contratos da Usaid, agência federal que responde por mais de 40% da ajuda humanitária do mundo, e mais de 58 bilhões de dólares em assistência geral dos Estados Unidos ao redor do globo. Tudo parte da agenda “América em primeiro lugar” de Trump, e dos esforços com os quais ele encarregou Elon Musk para enxugar a máquina pública.

Os países mais afetados

Criada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy por meio da Lei de Assistência Estrangeira, que reuniu vários programas existentes na nova agência, a Usaid é o maior doador individual do mundo.

No ano fiscal de 2023, os Estados Unidos destinaram por meio da agência um total de 72 bilhões de dólares (quase 421 bilhões de reais, na cotação atual) em ajuda humanitária para diversas áreas, incluindo saúde feminina em zonas de conflito, acesso à água potável, tratamentos para HIV/aids, segurança energética e combate à corrupção. Em 2024, a agência forneceu 42% de toda a ajuda humanitária no mundo rastreada pelas Nações Unidas. A Usaid, porém, compõe menos de 1% do orçamento federal.

Quase um terço de todos os desembolsos foram para programas no setor de saúde. Ajudar comunidades vivendo com HIV ou aids, fornecer acesso sustentável a água potável e serviços de saneamento, melhorar a saúde materna e infantil estavam entre as principais iniciativas.

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A agência financia projetos para fornecer assistência a regiões atingidas pela fome no Sudão, distribuir livros didáticos para crianças em idade escolar deslocadas na Ucrânia e treinar profissionais de saúde em Ruanda. Os principais beneficiários do financiamento incluem Ucrânia, Etiópia, Jordânia, República Democrática do Congo e Somália.

Cerca de 31 países, a maioria nas regiões da Ásia, Oceania e África Subsaariana dependem dos Estados Unidos para pelo menos um quarto de sua ajuda externa total. As Ilhas Marshall, a Micronésia e a Tailândia, na Ásia, e Botsuana e Eswatini, na África Subsaariana, se apoiam em Washington para mais da metade de sua ajuda externa.

Devido ao congelamento repentino das remessas, os programas antimalária no Quênia e em Gana já foram paralisados. Eles receberam 434 milhões de dólares e 334 milhões de dólares, respectivamente, para combater a doença transmitida por mosquitos. A grande maioria das 597.000 mortes por malária no mundo em 2023 foram de crianças africanas com menos de 5 anos de idade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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A Ucrânia, que depende de ajuda externa para reconstruir sua economia devido à destruição provocada pela guerra com a Rússia, provavelmente também será afetada. A nação recebeu dos americanos mais de 28 bilhões de dólares em assistência para o setor de desenvolvimento econômico, quase 90% do total.

Motosserra

Ao assumir o cargo, Trump assinou uma ordem executiva para congelar a assistência dos Estados Unidos a nações estrangeiras por 90 dias. A medida desestabilizou a agência de ajuda humanitária, que foi instruída a interromper projetos de longa data como o Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Aids (Pepfar).

A ideia por trás do plano de Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), é reduzir ou eliminar gastos considerados “desnecessários”. Mas, na prática, sua força-tarefa vem passando a motosserra em iniciativas progressistas, que o governo coloca sob o guarda-chuva “woke”, como a própria Usaid e os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) para contratações.

 

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