Putin reconhece pela primeira vez que defesa aérea da Rússia derrubou avião da Embraer
Aeronave da Azerbaijan Airlines caiu em dezembro do ano passado enquanto voava de Baku a Grozny

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu pela primeira vez, nesta quinta-feira, 9, que sistemas de defesa aérea russos foram responsáveis pela queda de um avião Embraer E-190 da Azerbaijan Airlines. A aeronave foi derrubada em dezembro do ano passado, matando 38 pessoas.
Em reunião com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, Putin prometeu indenizar parentes das vítimas, assim como o governo do Azerbaijão.
Segundo Putin, mísseis disparados pelas defesas aéreas russas para atingir um drone ucraniano explodiram perto do avião da Azerbaijan Airlines, que voava de Baku em direção a Grozny, em 25 de dezembro e 2024. Autoridades do Azerbaijão disseram que o jato foi acidentalmente atingido por fogo das defesas aéreas russas e tentou pousar no oeste do Cazaquistão, onde caiu e matou 38 das 67 pessoas a bordo.
Segundo a Euronews, o avião danificado não recebeu autorização para pousar em nenhum aeroporto russo, apesar dos pedidos dos pilotos para um pouso de emergência; foi ordenado que, em vez disso, a aeronave atravessasse o Mar Cáspio em direção a Aktau, no Cazaquistão. De acordo com a reportagem, os sistemas de navegação GPS do avião ficaram bloqueados durante toda a trajetória de voo sobre o mar.
Um vídeo do acidente mostra o avião explodindo em chamas ao atingir o solo. Em seguida, aparece nas imagens uma fumaça preta. Passageiros feridos podiam ser vistos saindo de uma parte da fuselagem, que permaneceu intacta.
Na época, em uma possível tentativa de controlar a narrativa, o órgão de fiscalização da aviação da Rússia disse que o jato decidiu desviar de seu destino original na Chechênia em meio a uma densa neblina e um alerta local sobre drones ucranianos. Segundo a agência, o capitão do avião recebeu a oferta de outros aeroportos para pousar, mas escolheu Aktau, no Cazaquistão.
Dias após o acidente, Putin chegou a pedir desculpas a Aliyev pelo que chamou de “incidente trágico”, mas não reconheceu a responsabilidade. Aliyev, por sua vez, criticou Moscou por tentar “abafar” o incidente.