Putin exige garantia de líderes do Ocidente como condição para encerrar guerra na Ucrânia
Lista de exigências também inclui suspensão de sanções a Moscou, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters

Como parte de suas condições para encerrar a guerra na Ucrânia, que segue inabalável desde fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quer que líderes ocidentais se comprometam por escrito a parar de expandir a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o leste europeu e suspendam uma parte das sanções impostas a Moscou, disseram três fontes russas familiarizadas com as negociações pela paz à agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira, 28.
A exigência de Putin pressiona a aliança liderada pelos Estados Unidos a descartar formalmente a adesão à Otan da Ucrânia, Geórgia e Moldávia. O presidente e outras autoridades russas já disseram repetidamente que qualquer acordo de paz deveria abordar as “causas profundas” do conflito, se referindo à questão da ampliação da Otan e do apoio ocidental à Ucrânia.
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A aliança militar afirmou anteriormente que não mudará sua política de “portas abertas” apenas por uma exigência de Moscou.
Segundo as fontes, a Rússia também quer uma resolução da questão dos ativos soberanos russos congelados no Ocidente.
Frustrado com a postura do Kremlin nas negociações de paz, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que Putin está “brincando com fogo”, após renovados ataques da Rússia contra Kiev, que deixaram ao menos 13 mortos no fim de semana.
“O que Vladimir Putin não percebe é que, se não fosse por mim, muitas coisas realmente ruins já teriam acontecido com a Rússia. Ele está brincando com fogo”, escreveu Trump na rede Truth Social.
A declaração veio após um fim de semana marcado por tensão, quando Moscou lançou um ataque aéreo em larga escala contra a capital ucraniana, resultando em diversas mortes. No domingo, Trump já havia criticado duramente Putin, chamando-o de “completamente louco” e acrescentando: “Não estou feliz com o que Putin está fazendo”.
Moscou, por sua vez, acusa Kiev de sabotar os esforços de paz e justifica seus ataques como uma “resposta” às ofensivas ucranianas com drones, que, segundo o Kremlin, teriam atingido civis em território russo.