Protestos no Líbano continuam apesar de concessões do governo
Diante da crise econômica, primeiro-ministro Saad Hariri tenta equilibrar corte nos gastos públicos com demandas dos libaneses
Manifestantes no Líbano saem às ruas no sexto dia de protesto contra o primeiro-ministro Saad Hariri nesta terça-feira 22, apesar do recuo de seu governo sobre a adoção de medidas econômicas impopulares. Trabalhadores e sindicatos uniram-se às manifestações ao convocar uma greve geral, em sinal claro de rejeição ao novo pacote proposto por Hariri na segunda-feira 21.
Os protestos começaram na quinta-feira 17, contra um plano do governo para combater a crise econômica que assola o país. Era um pacote de ajuste fiscal que, entre as medidas para aumentar a arrecadação incluía a taxação de aplicativos como o WhatsApp. Para os manifestantes, essa foi a gota d’água. O líder libanês voltou atrás.
O governo revisou o orçamento de 2020 e lançou um novo plano para a economia. Entre as reformas, está a redução de 50% do salário dos ministros, deputados e outras autoridades e o enxugamento da estrutura da administração pública, com a eliminação do Ministério da Informação e outros órgãos considerados “desnecessários” e pesados para os cofres do Estado.
O premiê libanês garantiu que não haveria novos impostos. Mas, para os manifestantes, já era tarde demais.
Como reporta a emissora Al Jazeera, apesar de os protestos de terça-feira serem menores que os anteriores, as autoridades precisaram reforçar a segurança na capital, Beirute. Bancos e escolas permanecem fechados e algumas das vias públicas antes bloqueadas pelo Exército foram reabertas.
O coordenador das Nações Unidas no Líbano, Jan Kubis, disse que diversos países já expressaram apoio às novas reformas anunciadas pelo governo na segunda-feira 21, segundo a Al Jazeera. No ano passado, doadores e investidores estrangeiros concordaram em financiar o país com 11 bilhões de dólares, desde que fizesse reformas econômicas.