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Protestos no Irã já deixaram 250 mortos e mais de 12 mil presos

Grupos de direitos humanos criticam repressão violenta à maior onda de manifestações no país em 40 anos

Por Da Redação 21 out 2022, 18h10

Grupos de direitos humanos do Irã estimam que cerca de 250 pessoas foram mortas e 12.500 presas pela repressão do governo aos protestos que varrem as ruas do país. As manifestações foram desencadeadas pela morte sob custódia policial da jovem Mahsa Amini, detida por uso “incorreto” do véu islâmico. 

As prisões em massa ocorrem após uma ordem emitida no fim de setembro pelo chefe do judiciário, Gholam-Hossein Mohseni Eje’i, que defendia que as detenções preventivas como necessárias.

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A medida acompanha o esforço das forças de segurança do país em conter os protestos antigoverno. De acordo com informações do jornal britânico The Guardian, o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, Maj Gen Hossein Salami, disse que a instituição estava perto de extinguir as manifestações.

“A sedição está passando por seus últimos momentos”, estimou o oficial.

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O Centro de Direitos Humanos do Irã disse que 3.000 pessoas foram presas apenas em Teerã, capital do país. Dos detidos, 835 permaneceram na prisão, incluindo 200 estudantes universitários. Cerca de 1.300 foram enviados para a Penitenciária Central da Grande Teerã da prisão de Evin após um incêndio dentro da instalação no fim de semana.

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O número de 12.450 prisões totais é uma estimativa dada pelo HRANA, um site de notícias iraniano sobre direitos humanos. A organização afirmou que a dificuldade do acesso à internet no local e a dados do governo impede a divulgação de números mais precisos. Os iranianos que deixaram o país recentemente dizem que a escala de detenções é muito maior do que o Ocidente havia presumido.

A União de Escritores do Irã denunciou o ataque das forças de segurança a escolas e prisões, citando o espancamento e assassinato de crianças e prisioneiros além de homicídios de manifestantes nas ruas.

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“A repressão de pessoas que protestaram de mãos vazias tem sido uma ocorrência diária nos últimos 40 anos. Mas o que aconteceu com crianças e prisioneiros na semana passada é uma das páginas mais negras no registro do atual governo”, escreveu o sindicato em comunicado.

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O Irã vive a maior onda de manifestações desde a revolução islâmica de 1979. Alguns grupos de oposição afirmam que a falta de organização do movimento irá acarretar ainda mais prisões. Outros dizem que a natureza orgânica dos protestos é sua força, já que não há líderes para obedecer.

Os protestos foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, a mulher curda de 22 anos que desmaiou enquanto estava sob custódia da polícia moral e morreu mais tarde. Os advogados de Amini em uma nova declaração contestaram o relato oficial de que ela entrou em colapso devido a uma condição neurológica pré-existente.

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