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Protestos marcam o Dia Internacional da Mulher pelo mundo

Na Espanha, greve geral de 24 horas; na América do Sul, combate à violência é a prioridade; nos EUA, críticas a Trump

Por AFP Atualizado em 8 mar 2018, 12h59 - Publicado em 8 mar 2018, 11h21

Uma manifestação feminista em frente ao Kremlin, ramos de mimosas nas ruas da Itália ou ainda um “dia sem mulheres” na Espanha e nos Estados Unidos: o Dia Internacional da Mulher foi celebrado de diversas maneiras nesta quinta-feira em todo o mundo.

Em Moscou, um grupo de feministas foi detido depois de protestar em frente ao Kremlin para exigir mais direitos para as mulheres na Rússia, onde o Dia Internacional da Mulher está mais associado à feminilidade do que à luta pela igualdade de gêneros. Também é costume oferecer flores para as mães, esposas, amigas e colegas. “O feminismo é a nossa ideia nacional”, declarava uma faixa segurada por duas militantes que subiram na varanda de uma das torres do Kremlin.

Em Kiev, cerca de 1.000 pessoas também marcharam pedindo um retorno às origens feministas do dia das mulheres, que permanece, desde os tempos soviéticos, sendo uma das principais comemorações na maioria das ex-repúblicas soviéticas.

Dia sem mulheres

Nos Estados Unidos, o movimento da “Marcha das mulheres”, organizado no dia seguinte à posse do presidente Donald Trump, em janeiro, pediu um “dia sem mulheres” em 8 de março. Em Washington, muitas escolheram ir trabalhar, mas usando roupas vermelhas em apoio ao movimento.

A chamada à greve no trabalho e em casa teve grande aderência em Alexandria, na Virgínia, tanto que a cidade foi forçada, por exemplo, a fechar todas as suas escolas.

Donald Trump declarou na terça-feira o seu “enorme respeito” pelas mulheres e elogiou o seu “papel crucial” nos Estados Unidos e em todo o mundo. Mas as mensagens do presidente dos Estados Unidos no Twitter provocaram reações indignadas na rede social, onde os usuários lembraram suas declarações misóginas, as acusações de agressão sexual, e sua postura controversa sobre o aborto.

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Em Madri, as mulheres também decidiram fazer uma greve de 24 horas, sem trabalhar, realizar afazeres domésticos ou ir às comprar. Cerca de 40.000 manifestantes, segundo estimativa da AFP, foram à Praça de Cibeles, em frente à Prefeitura, com cartazes com lemas como “Danos trabalhistas, não”, “Justiça” e “Caladinha NÃO está mais bonita”.

A prefeita de Madri, Manuela Carmena, havia gravado um vídeo com Ada Colau, prefeita de Barcelona, para estimular as mulheres a protestar como parte dessa “luta contra a violência”.

Também foram convocadas manifestações em mais de 40 cidades da Espanha, entre elas Barcelona, Alicante, Valencia, Granada e Bilbao.

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Em Paris, a Aliança das Mulheres para a Democracia e as Edições para Mulheres lançaram um apelo para dedicar o Oito de Março à romancista turca Asli Erdogan, que enfrenta uma sentença de prisão perpétua. Proibida de sair do país enquanto aguarda a terceira audiência de seu julgamento por pertencer a uma “organização terrorista” por causa de seus escritos em um jornal pró-curdo, a romancista completou 50 anos nesta quarta-feira.

Nas ruas de Roma, ramos e guirlandas de mimosa triunfaram em frente ao palácio presidencial: estes botões amarelos foram escolhidos pelas mulheres italianas em 1946 como um símbolo do dia 8 de março.

A cidade australiana de Melbourne escolheu substituir os bonecos de neve tradicionais em dez semáforos por personagens femininas.

Contra as violências

Em Daca, capital de Bangladesh, quinze sobreviventes de ataques com ácido desfilaram numa passarela durante um desfile de moda, numa iniciativa para denunciar a discriminação enfrentada pelas vítimas dessas agressões nesta sociedade conservadora.

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Em Nova Deli, dezenas de jovens mulheres vestidas de branco participaram de uma demonstração de autodefesa: combate corpo a corpo com um agressor ou ainda um bloco quebrado com um soco.

Em vários países latino-americanos, como Brasil, Argentina, Guatemala e Uruguai, ocorreram manifestações contra a violência machista. Na região, vários casos de assassinatos brutais fizeram com que milhares de mulheres saíssem às ruas nos últimos meses, marcando uma nova consciência, especialmente graças as redes sociais.

Na Argentina, a manifestação desta quarta-feira contou com uma forte participação feminina, que pedia pelo fim da violência contra a mulher. Este protesto foi uma resposta ao chamado de paralisação internacional das mulheres, convocada pelo movimento argentino nascido em 2015 ‘Ni Una Menos’, que luta contra a violência de gênero. “Basta já, viva nós queremos!”, podia ser visto em alguns cartazes, em letras roxas que identificam o ‘Ni Una Menos’.

Na Cidade do México, mulheres de todas as idades – estudantes, sindicalistas, ativistas, empregadas domésticas e até aposentadas – se reuniram durante a tarde para uma passeata no Passeio da Reforma. “Não queremos flores, queremos direitos. Ser mulher não pode ser um fator de risco. Com ou sem roupa nosso corpo não se toca”, diziam alguns cartazes em referência ao assédio sexual frequente na Cidade do México.

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Ações no Brasil

No Brasil, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antônio Carlos Jobim mudou simbolicamente o nome, adotando por dez dias o nome de Maria da Penha. Em outra iniciativa, dois voos da companhia aérea GOL voaram com uma tripulação completamente feminina.

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