Protestos crescem e Equador tem estradas bloqueadas e dezenas de presos
Manifestantes estão insatisfeitos com as políticas econômicas do presidente, Guilllermo Lasso

Ao menos 37 manifestantes foram presos no Equador desde a última quarta-feira (26), quando sindicatos e lideranças indígenas do país organizaram uma greve geral contra a carestia no custo de vida.
Os manifestantes foram às ruas protestar contra as políticas econômicas do presidente, o ex-banqueiro Guillermo Lasso.
Durante a marcha na capital, Quito, o Palácio Presidencial chegou a ser cercado pelos manifestantes, e houve confronto nos arredores.
Lideranças indígenas estão organizando marchas em várias cidades do país, assim como bloqueios nas estradas. Eles exigem que o presidente cancele o aumento no custo dos combustíveis anunciados na última semana.
Lasso, que assumiu o cargo em maio, cancelou recentemente um tarifaço sobre a gasolina, que tinha como objetivo alinhar os preços do país aos mercados internacionais.
Em vez disso, o líder conservador optou por reajustar o litro da gasolina extra, combustível mais usado do Equador, para US$ 2,55 o galão, e o diesel para US$ 1,90 o galão.

Sindicados e líderes de movimentos sociais, porém, exigem que o presidente faça um congelamento de tarifas.
Eles também pedem custos mais baixos para setores da economia mais afetados pela crise do covid-19.
“Há poucos dias, o presidente me classificou como um agitador”, disse Leonidas Iza, presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas (CONAIE) a jornalistas locais.
“Nós equatorianos não temos tempo para isso. Estamos todos preocupados com as questões econômicas’, afirmou.
Nos cinco meses em que está à frente do cargo, Lasso coleciona crises em série. O país enfrenta uma sangrenta guerra de gangues no sistema prisional, que já matou ao menos 116 pessoas.
Para tentar conter a onda de violência, o líder decretou estado de emergência com duração de 60 dias. A medida, garante ele, permitirá o uso das Forças Armadas para o patrulhamento de pontos críticos.
Lasso também enfrenta problemas relacionados às revelações de uma conta offshore pela investigação conhecida como Pandora Papers.
Ele não apareceu a uma sessão convocada pelo Comitê Legislativo que investiga o caso marcada na semana passada.
A Procuradoria-geral iniciou uma investigação sobre as contas do presidente.
